Arranhada mais fortemente nas últimas semanas, a relação entre China e Estados Unidos impacta e preocupa o mundo. Depois que os norte-americanos fecharam o consulado chinês em Houston, os asiáticos responderam na mesma moeda e expulsaram de Chengdu seus rivais econômicos. Diante deste cenário, os demais países do planeta podem ter que assumir um lado na disputa, como na Guerra Fria (1947-1991). Nesta possível nova versão da história, uma diferença é básica: os chineses ocupam o lugar dos soviéticos.
“Como aconteceu na Guerra Fria, os dois lados procurarão aliados para se reforçar, mas a China tem mais habilidade para isso. A Rússia atraiu aliados com a ocupação militar. Pequim não precisa, (o presidente chinês) Xi Jinping está usando a economia para colocar os outros países em sua órbita”, opinou Gary Hufbauer em matéria publicada pelo jornal El País.
Hufbauer é especialista do Instituto Peterson de Economia Internacional e integrou o alto escalão do Tesouro dos EUA no final dos anos setenta. Na visão dele, o futuro não deve reservar muita tranquilidade às nações pelo mundo.
“Para mim, isso significa que essa guerra vai durar pelo menos tanto como aquela ou até mais. Sei que não é uma perspectiva muito bonita, mas é a que vejo”, considerou.