Não há comprovação científica sobre a eficácia da cloroquina no tratamento da Covid-19. Mesmo assim, o presidente Jair Bolsonaro insiste em defender e estimular o uso do medicamento. Agora, quem vai cuidar do assunto é a justiça. De acordo com o site DW Brasil, o Ministério Público (MP) solicitou uma investigação com o objetivo de apurar se houve superfaturamento na compra de insumos para a fabricação dos comprimidos do remédio pelo Exército.

O pedido aguarda o parecer da secretaria do órgão. Passada esta fase, entrará em análise pelo plenário do tribunal. A solicitação foi do subprocurador-geral do MP junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado.

Também será investigada a responsabilidade direta do presidente na decisão de aumentar significativamente a produção de cloroquina. O insumo, que vem da Índia, custou quase seis vezes mais do que o valor pago pelo Ministério da Saúde em 2019. Não houve licitação.

Se comprovadas as irregularidades, Bolsonaro pode ser punido com multa e pagamento pelo dano causado, entre outras sanções. A Organização Mundial da Saúde (OMS) baniu a cloroquina do tratamento da Covid-19. O remédio tem potencial para provocar graves efeitos colaterais, como problemas cardíacos. Também há risco de aumentar as chances de morte dos pacientes.