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Chefe da OMS cobra ações do governo brasileiro e reforça: ‘hidroxicloroquina não é solução’

Reprodução/Twitter

Segundo país com mais casos e mortes por Covid-19 no mundo, o Brasil, hoje, é uma preocupação em escala global. Nesta segunda-feira (10), o chefe do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, comentou a situação sul-americana.

“O Brasil está com um índice de epidemia muito alto. A curva está um pouco achatada, mas não está caindo, e o sistema está sob forte pressão”, destacou Ryan, durante uma entrevista coletiva em Genebra.

Mike Ryan lembrou que “muitos (brasileiros) vivem em locais lotados e na pobreza”. Ele cobrou providências por parte das autoridades do País.

“O governo deve continuar a dar apoio à sociedade. É difícil agir como comunidade se não recebe apoio. Não se pode empoderar comunidades com palavras. Elas precisam de ações. Ela precisa de recursos e conhecimento. Sociedades não podem agir com as mãos atadas nas costas. Elas precisam receber recursos e meios para agir”, afirmou.

O integrante da OMS também abordou um tema relacionado ao coronavírus e que arrasta desinformações na população brasileira. Defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e muitos de seus aliados, a hidroxicloroquina foi descartada, por Mike, como eventual solucionadora da pandemia.

“Em uma situação como essa, a hidroxicloroquina não é uma solução e nem uma bala de prata”, disse.

Ryan ainda pediu que autoridades, profissionais e cidadãos de todos os países sejam conscientes de que é necessário manter o foco no combate. Ele ressaltou ser fundamental tomar ações respaldadas pelo reconhecimento da ciência.

“É brutal em sua simplicidade, (o coronavírus) é brutal em sua crueldade, mas não tem cérebro. Nós temos cérebro. Podemos ser mais espertos que algo que não tem cérebro, mas não estamos fazendo um trabalho tão bom agora”, declarou.

Na última atualização, às 8h (de Brasília) desta segunda, o registro nacional apresentou novos números impactantes. O Brasil já acumula 3.035.649 casos de Covid-19 e 101.142 mortes em razão da doença. Somente os Estados Unidos possuem mais pessoas infetadas e óbitos em todo o planeta.