Um depoimento do doleiro Dario Messer, em sua delação premiada, virou matéria no site da revista ‘Veja‘ na última sexta-feira (14). Ele teria alegado que entregou, na sede da TV Globo, valores entre US$ 50 mil e US$ 300 mil, de duas a três vezes por mês, durante a década de 1990, mas sem especificar o período exato. A emissora se manifestou nos telejornais da casa e, também em sites, noticiou a nota emitida pela família Marinho. Para o ex-deputado federal e advogado Wadih Damous, entretanto, a postura da empresa mudou em relação ao visto quando o ex-presidente Lula também foi alvo de denúncias neste modelo.
“Dario Messer afirma em delação que entregava à família Marinho, da Globo, US$ 300 mil por mês em propinas. Delatada, a emissora afirma que ‘não há provas’. Agora, reconhece que toda acusação exige provas. Quando era com Lula nunca se preocupou com isso. Valia a palavra do delator”, disse Damous.
“A respeito de notícias divulgadas sobre a delação de Dario Messer, vimos esclarecer que Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho não têm nem nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior. Da mesma maneira, nunca realizaram operações de câmbio não declaradas às autoridades brasileiras”, afirma a nota da família Marinho.
Na última terça (11), o delegado da Polícia Federal, Marcelo Feres Daher, concluiu o relatório de um dos inquéritos abertos a partir da delação do ex-ministro Antônio Palocci. Há, no apontamento de Palocci, uma suposta ocultação de valores atribuídos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em contas no Banco BTG Pactual. Porém, Daher, no documento enviado ao Ministério Público Federal (MPF), destacou que as afirmações do delator “foram desmentidas por todas testemunhas, declarantes e por outros colaboradores da Justiça” e “parecem todas terem sido encontradas em pesquisas na internet, porquanto baseadas em dados públicos, sem acréscimo de elementos de corroboração, a não ser notícias de jornais”.