Um projeto de combate à pandemia do coronavírus em comunidades do Rio de Janeiro foi lançado, na manhã desta quarta-feira (19), pela Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com conselhos comunitários e ONGs, durante transmissão ao vivo em uma rede social da Fiocruz. Maré e Manguinhos receberão o início das atividades do “Conexão Saúde: de olho na Covid-19”.
Representantes das comunidades irão auxiliar os profissionais de saúde. Também participam do projeto: Conselho Comunitário de Manguinhos, Redes da Maré, Dados do Bem, SAS Brasil e União Rio. Telemedicina, testagem e rastreamento estão inclusos no modelo de vigilância.
“Este projeto traz, sobretudo, o reconhecimento de que as lideranças comunitárias são muito importantes, são fundamentais para que tenhamos acesso às comunidades. Elas são legítimas representantes das pessoas e dos problemas que são mais prevalentes nestas comunidades”, disse a pesquisadora Margareth Dalcomo, médica pneumologista, que trabalha no estudo da tuberculose.
O Conexão Saúde visa ampliar emergencialmente o acesso aos serviços sobre o tema aos moradores durante a pandemia. O programa deve ser desenvolvido de maneira integrada e envolver ações sociais, educação e vigilância em saúde.
“A pandemia distribuiu de forma iníqua os riscos à saúde, boa parte das favelas conta com a deficiência de água. Vivemos aqui quase dez dias sem água em meio à pandemia. Isso era muito crucial para garantir o cuidado e a higiene para combater o risco de contaminação. E também a emergência sanitária, com a falta de saneamento e habitação adequada e saudável, trouxe riscos maiores ainda”, ressaltou Patrícia Evangelista, do Conselho Comunitário de Manguinhos.
É esperada a ampliação da capacidade de testagem, além da redução do tempo de encaminhamentos dos pacientes com sintomas para o tratamento adequado da doença, o que pode promover uma queda no número de mortes ocasionadas pelo coronavírus.