Por suspeita de fraude, o Departamento de Justiça americano prendeu, nesta quinta-feira (20), Steve Bannon. Um dos principais mentores do populismo autoritário de direita no mundo, ele era conselheiro da família Bolsonaro.
A acusação é de desvio de dinheiro em uma campanha de apoio à construção do muro entre os Estados Unidos e o México. Esta foi justamente uma das promessas de Donald Trump na disputa pela presidência há quatro anos. Outros três supostos cúmplices, que teriam usado fundos de campanha de forma inconsistente com o que havia sido propagandeado, também foram presos.
Existe ainda a associação à conspiração para lavagem de dinheiro, na qual Steve é indiciado. A pena máxima é de 20 anos de prisão para cada crime listado.
Relacionamento com a família Bolsonaro
Bannon é líder do grupo conservador chamado “The Movement” e foi estrategista da campanha de Trump em 2016. Informalmente, ele nomeou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – como líder sul-americano do movimento da direita populista, em 2019.
“Satisfação em ser o líder do The Movement para América Latina ao lado de Steve Bannon”, escreveu Eduardo na legenda de uma imagem em que aparece abraçado ao ex-estrategista do presidente norte-americano, em janeiro do ano passado.
“Bate papo agradável agora com Steve Bannon, unindo forças contra o domínio cultural esquerdista/marxista”, afirmou, no mês seguinte, o deputado, com marcação na rede social indicando estarem em Washington.
Ainda naquele ano, só que em março, Steve encontrou com Jair Bolsonaro durante um evento na embaixada do Brasil nos Estados Unidos. O Palácio do Planalto definiu o acontecimento como “jantar com formadores de opinião”. O escritor Olavo de Carvalho também estava presente.
Já em setembro, ocorreu novo encontro entre Eduardo e Bannon. Em Nova York, Jair Bolsonaro discursaria na Assembleia Geral da ONU e seu filho esteve presente para acompanhar.
Eduardo fez um convite ao líder do The Movement, naquele mesmo período, para que ele participasse de um seminário no Senado. O norte-americano, contudo, não compareceu ao “Ambientalismo e Geopolítica”.