Está afastado do cargo por pelo menos seis meses o governador do Rio de Janeiro. Nesta sexta-feira (28), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a saída, por enquanto temporária, de Wilson Witzel (PSC). Uma investigação apura supostos desvios nos contratos emergenciais para o combate do novo coronavírus. Na operação, acabou sendo preso o presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo. O ministro Benedito Gonçalves autorizou as diligências. Foi pedido, pela PGR, a prisão de Witzel, porém o STJ negou.
“O grupo criminoso agiu e continua agindo, desviando e lavando recursos em plena pandemia da Covid-19, sacrificando a saúde e mesmo a vida de milhares de pessoas, em total desprezo com o senso mínimo de humanidade e dignidade”, destacou o ministro do STJ na decisão.
Com a decisão, Witzel também fica proibido de acessar as dependências do governo do estado e não pode se comunicar com funcionários, nem utilizar os serviços. Houve ainda uma denúncia, por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR), de corrupção, em que o governador e outras oito pessoas são acusados – entre elas a primeira-dama Helena Witzel.
Em nota, a defesa do governador afirmou receber “com grande surpresa a decisão de afastamento do cargo, tomada de forma monocrática e com tamanha gravidade” e que “os advogados aguardam o acesso ao conteúdo da decisão para tomar as medidas cabíveis”.
Já os advogados do pastor declararam que ele “sempre esteve à disposição de todas as autoridades e reitera sua confiança na Justiça”. Everaldo foi candidato à Presidência da República em 2014 e também ao Senado quatro anos depois.
Há 17 mandados de prisão: seis preventivas e 11 temporárias, e ainda 72 de busca e apreensão. Entre eles, estão confirmados os que se referem, por exemplo, a Lucas Tristão (ex-secretário de Desenvolvimento Econômico) e Sebastião Gothardo Netto (médico e ex-prefeito de Volta Redonda), que tiveram a prisão decretada, além do Pastor Everaldo. São alvos de busca e apreensão: Helena Witzel (primeira-dama), Cláudio Castro (vice-governador), André Ceciliano (PT – presidente da Assembleia Legislativa – Alerj) e Marcos Pinto da Cruz (desembargador do Trabalho).
Wilson Witzel, Helena Witzel, Lucas Tristão, Mário Peixoto, Alessandro Duarte, Cassiano Luiz, Juan Elias Neves de Paula, João Marcos Borges Mattos e Gothardo Lopes Netto foram denunciados pela PGR por corrupção.