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Alvo em dois processos no CNMP, Dallagnol deixa a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba

Arquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil

Minutos depois de o Ministério Público Federal (MPF) comunicar que Deltan Dallagnol deixará o cargo de coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, o próprio procurador da República confirmou a informação via redes sociais. Nesta terça-feira (1), ele publicou um vídeo justificando a saída.

Dallagnol afirmou que a filha, de 1 ano de 10 meses, começou a apresentar sinais de regressão no desenvolvimento. Portanto, necessita disponibilizar mais tempo a ela.

“Depois de anos de dedicação intensa à Lava Jato, eu acredito que agora é hora de me dedicar de modo especial para a minha família”, disse.

“Vou continuar trabalhando como procurador da República, mas precisarei focar agora na minha família”, prosseguiu.

De acordo com o MPF, pela força-tarefa liderada por Dallagnol, foram denunciadas 543 pessoas em 217 acusações criminais. Nestes processos, 166 receberam a condenação pela Justiça.

Entre as várias denúncias da Lava Jato contra empresários e políticos assinadas por Deltan Dallagnol estão as que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O procurador da República no Paraná, Alessandro José Fernandes de Oliveira, deve assumir as funções de Deltran, segundo o próprio MPF.

Processos contra o procurador

Há dois processos disciplinares abertos contra Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). As ações estão suspensas.

Em um deles, a discussão é se Deltran cometeu infração disciplinar por ter tentado, supostamente, interferir na disputa à presidência do Senado. Ele publicou materiais contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

O outro processo é referente a um pedido de remoção apresentado pela senadora Kátia Abreu (PP-TO), que destacou a existência de 16 reclamações disciplinares no conselho contra o procurador. Além de realizar palestras remuneradas, Abreu diz que Deltran firmou acordo com a Petrobras. Neste último caso, estaria a garantia de que R$ 2,5 bilhões recuperados fossem direcionados para uma fundação da Lava Jato. As tramitações de ambos os processos foram suspensas pelo ministro Celso de Mello.