Últimas Notícias

‘Grito dos Excluídos’: ato lembra mortos na pandemia, em Brasília

Divulgação

Via Vermelho – Em Brasília, capital federal, o 26º Grito dos Excluídos se inspirou na cultura para uma manifestação contra o governo Bolsonaro nesta segunda-feira (7). Os participantes realizaram um Ato Cênico Performático dividido em alas, a exemplo de uma escola de samba. Estavam representados os povos indígenas, profissionais da saúde, cultura e outros. A concepção foi do dramaturgo José Regino, que levou em conta a segurança devido à pandemia.

“Como fazer um ato nesse momento com segurança? A partir dessa discussão, chegar a esse desenho foi uma consequência quase natural. A gente pensou em escola de samba, dividir em alas e fazer um ato totalmente parado. Cada coletivo trouxe a sua imagem para cá e eu comecei a conceber essas imagens com os índios ensanguentados, a Pietá com um jovem negro”, explicou Regino.

“A grande contribuição que o Regino traz é presença da cultura no ato, não uma presença artificial, mas como essência. É a melhor expressão da política a partir dos elementos da nossa cultura humana brasileira”, destacou o ex-ministro Gilberto Carvalho, que compareceu ao ato.

A vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carmen Foro, ressaltou a força das performances silenciosas, em especial a releitura da Pietá, com artistas representando uma mãe e um jovem negro baleado. O protesto teve ainda a bandeira do movimento LGBT.

“Esse ato silencioso falou muito mais que alguns atos que temos a capacidade de expressar. É um ato que retrata, com a cultura, uma mensagem muito forte dos jovens negros assassinados na periferia, do quanto a justiça está sendo sangrada, o quanto nossa Constituição está sendo rasgada”, comentou.

A enfermeira Rita Arruda, da Rede Popular em Defesa do SUS, participou representando os profissionais da saúde. Ela apontou a falta de medidas do governo para combater a doença.

“Estamos de luto por tantos profissionais, principalmente os de enfermagem, que morreram por irresponsabilidade desse governo, que não fez ações decentes e eficientes ao controle da pandemia. Uma falta de cuidado com a população, e quem mais está morrendo são os profissionais de saúde”, disse.

No total, 396 profissionais de enfermagem já morreram devido ao coronavírus, de acordo com dados do Observatório da Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) consultados neste 7 de setembro.

Segundo cálculo do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), divulgado por Monica Bergamo, da Folha de S.Paulo, pelo menos 244 médicos morreram de março ao início de setembro.

O evento realizado nesta segunda em Brasília, no gramado em frente ao Teatro Nacional, foi organizado por: Grito dos Excluídos, Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo. Estão previstos atos do Grito dos Excluídos em todo o País neste feriado da Independência.

Divulgação