Foi preso na manhã desta sexta-feira (11) Pedro Fernandes, secretário estadual de Educação do Rio de Janeiro. Ex-deputada federal, Cristiane Brasil também é procurada nesta segunda fase da Operação Catarata, que investiga supostos desvios em contratos de assistência social no governo do estado e na Prefeitura do Rio.
O esquema, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil, pode ter desviado, entre 2013 e 2018, R$ 30 milhões dos cofres públicos. O caso de Pedro está ligado, de acordo com o MPRJ, a ações durante sua gestão na Secretaria Estadual de Tecnologia e Desenvolvimento Social. Ele exerceu a função nos governos de Sérgio Cabral e de Luiz Fernando Pezão. Depois, foi convidado por Wilson Witzel (PSC) – governador atualmente afastado do cargo – e assumiu a Educação. Alvo da investigação, a Fundação Estadual Leão XIII era vinculada à secretaria de Pedro Fernandes. A prisão preventiva do secretário passou imediatamente a ser domiciliar porque ele apresentou um exame positivo de Covid-19.
Também procurada em casa, Cristiane Brasil não foi encontrada. A assessoria da filha do ex-deputado federal Roberto Jefferson, entretanto, afirmou que ela vai se apresentar à polícia ainda nesta sexta, assim que retornar ao RJ.
Secretária de Envelhecimento Saudável da Prefeitura do Rio por um período, Cristiane foi nomeada ministra do Trabalho no governo Temer, porém teve a posse suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O impedimento aconteceu por conta de condenações na Justiça Trabalhista.
O empresário Flavio Salomão Chadud, o ex-delegado Mario Jamil Chadud (pai de Flavio) e João Marcos Borges Mattos, ex-diretor de administração financeira da Fundação Leão XIII, também foram presos na operação.
“O advogado dele vinha pedindo acesso ao processo desde o final de julho, mas não conseguiu. A defesa colocou Pedro à disposição das autoridades para esclarecimentos na oportunidade. No entanto, Pedro nunca foi ouvido e só soube pela imprensa de que estava sendo investigado por algo que ainda não tem certeza do que é”, informa a nota divulgada pela defesa de Pedro Fernandes.
“Em menos de uma semana, Eduardo Paes, Crivella e eu viramos alvos. Basta um pingo de racionalidade para se ver que a busca contra mim é desproporcional. Vingança e política não são papel do Ministério Público nem da Polícia Civil”, disse, também em nota, Cristiane Brasil.