Via Vermelho – Após a definição dos nomes e partidos que vão concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte, a disputa mostra um quadro bem indefinido no momento, já que não aponta para o favoritismo de qualquer candidato, incluindo o prefeito Alexandre Kalil (PSD). Durante algum tempo ele foi visto como franco favorito, devido ao seu pulso firme em defesa das normas adotadas no combate ao coronavírus, contrariando vários interesses, sobretudo dos comerciantes bolsonaristas. Mas, agora, o entusiasmo arrefeceu, após a reabertura do comércio e de várias atividades na cidade.
O quadro está confuso sobretudo devido à proibição de coligações imposta pelas mudanças nas regras eleitorais. Com isso, a direita, por exemplo, ficou pulverizada, dividida entre candidatos de nove partidos, o que enfraquece Kalil, de certa forma, e favorece as candidaturas de esquerda, diante de uma conjuntura negativa com as trapalhadas e os rumos do governo antipopular de Jair Bolsonaro, que obteve surpreendentes 65% dos votos na capital mineira em 2018.
“É bom lembrar que o governador Romeu Zema, por exemplo, estava lá embaixo nas pesquisas e acabou eleito”, lembra o vereador Gilson Reis, do PCdoB, que disputa a reeleição à Câmara Municipal.
Zema disparou nos últimos cinco dias de campanha ao aderir à candidatura Bolsonaro. Fenômeno semelhante aconteceu com o médico Célio de Castro em 1996, quando concorreu à sucessão municipal pelo PSB enfrentando candidatos como Virgílio Guimarães, do PT, e o historiador tucano Amílcar Martins. Embora aparecesse entre os últimos candidatos na disputa nas pesquisas eleitorais do início da campanha, Célio acabou eleito ao obter 68,57% dos votos no segundo turno contra o candidato do PSDB.
Portanto, o quadro eleitoral mostra uma tremenda interrogação e a corrida da busca por votos pode surpreender com as candidaturas do campo da esquerda postas, como as da deputada federal Áurea Carolina, do Psol, o ex-ministro de Direitos Humanos Nilmário Miranda, do PT, ou do ex-deputado federal e ex-secretário-executivo do Ministério do Esporte Wadson Ribeiro, do PCdoB.