Via Portal PCdoB – O general Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência, criticou duramente, na última sexta-feira (23), via Twitter, a fala do ministro Pazuello sobre obediência a Bolsonaro no episódio que envolveu a desautorização do presidente à compra da vacina Butantan/Sinovac.
O presidente desfez abruptamente o acordo que Pazuello tinha firmado na véspera com 24 governadores para a compra de vacinas contra a Covid-19. A pandemia já matou mais de 155 mil brasileiros e o imunizante é a esperança de todos para que a população seja libertada do vírus. Há quatro vacinas em teste no Brasil e a da Butantan/Sinovac está obtendo bons resultados.
“Hierarquia e disciplina, na vida militar e civil, são princípios nobres. Não significam subserviência e nem podem ser resumidos a uma coisa ‘simples assim, como um manda e o outro obedece’… como mandar varrer a entrada do quartel”, escreveu Santos Cruz.
HIERARQUIA E DISCIPLINA, na vida militar e civil, são princípios nobres. Não significam subserviência e nem podem ser resumidos a uma coisa "simples assim, como um manda e o outro obedece" … como mandar varrer a entrada do quartel.
— Santos Cruz (@GenSantosCruz) October 23, 2020
O vídeo, no qual Pazuello mostrou sua subserviência, que desagradou Santos Cruz e vários outros generais, foi veiculado na última quinta-feira (22) nas redes sociais.
Ao desautorizar Pazuello, Bolsonaro havia dito que não vai comprar nenhuma “vacina chinesa” e nem a “vacina do Dória”. A politização de um tema grave como este, que coloque obstáculos à possível superação de uma pandemia que matou tanta gente, gerou indignação geral na sociedade.
Pazzuello aparece ao lado de Bolsonaro desmentindo que estivesse de saída do governo, desgostoso com a decisão do presidente de anular o acordo que tinha feito com o governador de São Paulo, João Doria. “Senhores, é simples assim: um manda e o outro obedece”, resumiu o general-ministro.