Dois líderes da esquerda brasileira podem ter dado o pontapé inicial para a união da oposição no País. O jornal O Globo informa, nesta quinta-feira (29), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) selaram as pazes durante uma conversa em São Paulo. Diferenças de pensamento distanciavam a dupla desde as eleições de 2018.

Segundo a publicação, a disputa presidencial de 2022 não foi assunto tratado no encontro, mas o gesto pode ter como consequência a reaproximação entre os partidos ao longo da trajetória que termina daqui a dois anos. Levou mais de um mês até que os esforços feitos em torno da viabilização da conversa tivessem êxito.

Camilo Santana, governador do Ceará, foi quem intermediou a trégua, de acordo com o jornal. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, ele é aliado dos irmãos Ferreira Gomes em seu estado.

Na reunião, ocorrida em setembro, na sede do Instituto Lula, Ciro falou sobre as mágoas com o PT. Já o petista recordou os ataques do ex-ministro ao partido que governou o Brasil entre 2003 e 2016.

Ciro Gomes concorreu à presidência da República nas eleições de 2018. Ele ficou em terceiro lugar, com 12,47% dos votos no primeiro turno, atrás de Fernando Haddad (PT), que não conseguiu superar o Jair Bolsonaro (então no PSL) no pleito final. Houve queixa de falta de apoio de Ciro a Haddad na decisão, por parte da esquerda, sobretudo da ala do PT e seus militantes.

Em 2002, quando Lula foi eleito pela primeira vez, o pedetista, então no PPS, também disputou o pleito, terminando na quarta colocação (11,97%), atrás de José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB).