Se foi “sem querer querendo”, só mesmo o próprio Ricardo Salles sabe. Mas, o ministro do Meio Ambiente afirmou, na manhã desta quinta-feira (29), que sua conta no Twitter acabou sendo usada indevidamente. A declaração ocorreu após a publicação de uma postagem que tratava o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como “Nhonho”. O personagem faz parte da série “Chaves”, exibida na mexicana Televisa, a partir de 1971, e que obteve bastante sucesso também no Brasil – inicialmente pelo SBT (desde 1984) e, depois, no Multishow (2018-2020) -, entre outros países.

“Fui avisado há pouco que alguém se utilizou indevidamente da minha conta no Twitter para publicar comentário junto a conta do Pres. da Câmara dos Deputados, com quem, apesar de diferenças de opinião sempre mantive relação cordial”, escreveu Salles antes de a conta na rede social ser apagada.

Ao ser questionado se foi ele quem apagou o perfil, Salles disse que fez “o procedimento de segurança”. A pasta informou que o líder buscou retratação com Maia.

“O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, já encaminhou mensagem diretamente ao Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, explicando que não publicou tal mensagem e que vai apurar a utilização indevida de sua conta”, respondeu o Ministério do Meio Ambiente, após a indagação sobre a possibilidade de Salles acionar a Polícia Federal reivindicando investigação do caso.

No último sábado (24), Rodrigo Maia e o presidente Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), criticaram o ataque de Salles ao colega Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. O representante do Meio Ambiente afirmou, na quinta (22), que o responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso deveria parar de adotar uma postura de “maria fofoca”.

Em resposta, Maia disse que “não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil”, Salles “resolveu destruir o próprio governo”. Por sua vez, Alcolumbre declarou que a atitude de Salles “apequena” o governo. A origem de uma notícia divulgada pelo jornal “O Globo” foi atribuída pelo ministro a Luiz Eduardo.