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Perpétua e Jandira criticam ida de Moro para empresa que presta serviços judiciais à Odebrecht

Divulgação/Richard Silva/PCdoB na Câmara

Via PCdoB na Câmara – As deputadas Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) criticaram, nesta segunda-feira (30), a decisão do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-juiz responsável pela Operação Lava Jato, Sergio Moro, de assumir cargo na diretoria da consultora norte-americana Alvarez & Marsal, que atua em processos de recuperação judicial de empresas. Entre elas, Odebrecht e OAS, ambas investigadas pela Lava Jato de Moro.

Para Jandira há conflito de interesses no novo cargo do ex-juiz, uma vez que ele atuará na recuperação de empresas que “ajudou” a quebrar.

“E Moro virou sócio de empresa americana que atua na recuperação judicial de empresas brasileiras quebradas pela Lava Jato. Primeiro você quebra diversas empresas brasileiras, depois você ganha dinheiro para atuar na recuperação delas. A cara nem arde”, afirmou a parlamentar em suas redes sociais.

Ao comentar algumas ações do ex-juiz durante a condução da Lava Jato, como a prisão do ex-presidente Lula, que impediu a participação do petista nas eleições de 2018, e a quebra da Odebrecht, a líder do PCdoB, Perpétua Almeida (AC), afirmou que é, no mínimo, imoral Moro assumir a área de disputas e investigações da consultoria. Segundo ela, o novo cargo explicita que o combate à corrupção nunca foi sua prioridade.

“Ficam cada vez mais claras as intenções do ex-juiz. Moro nunca atuou para combater a corrupção. Ele usou a Lava Jato e isso vai ficando mais evidente a cada momento. Prendeu Lula para que ele não pudesse concorrer às eleições de 2018. Favoreceu o bolsonarismo e virou ministro deste governo sujo, envolvido com milícias, propagação do ódio, negacionismo e rachadinhas. Agora, assume cargo para recuperar empresas que ajudou a quebrar. É, no mínimo, imoral”, destacou.

Moro foi anunciado, no último domingo (29), como novo diretor da empresa. Nesta segunda, ele afirmou, em sua conta no Twitter, que ajudará “as empresas a fazer coisa certa, com políticas de integridade e anticorrupção”.

“Não é advocacia, nem atuarei em casos de potencial conflito de interesses”, disse Moro.

No anúncio divulgado em seu site, a empresa afirma que o ex-juiz vai comandar a área de disputas e investigações a partir de dezembro. O objetivo, segundo o comunicado, é que Moro possa “desenvolver soluções para disputas complexas, investigações e questões de compliance” para os clientes da empresa, com base em sua experiência governamental.