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‘Guardiões do Crivella’: MPE denuncia prefeito, assessor e candidata a vice

Divulgação/Tânia Rêgo/Agência Brasil

Abuso de poder político e conduta vedada. Estes foram os motivos que levaram o Ministério Público Eleitoral (MPE) a denunciar, na quarta-feira (16), o prefeito Marcello Crivella (Republicanos), sua candidata a vice nas eleições deste ano, tenente-coronel Andrea Firmo, e o assessor especial de gabinete Marcos Luciano. O caso em questão é o que ficou conhecido como “Guardiões do Crivella” no fim de agosto.

Foi pedido, pelo órgão, a condenação dos envolvidos, com inelegibilidade por oito anos, além do pagamento de multa por conta da ligação dos citados com os grupos que intimidavam jornalistas e famílias de pacientes nos arredores de hospitais municipais na tentativa de impedir a realização de denúncias sobre o serviço público. Os “guardiões” se organizavam via WhatsApp. Havia esquema de escala de plantão. Fotos eram tiradas dos locais e enviadas ao canal interno de comunicação dos funcionários, numa forma de confirmar as presenças.

O programa RJ2, da TV Globo, na edição de 31 de agosto, uma segunda-feira, denunciou o esquema que envolvia servidores públicos. Gritos, ofensas e hostilidades aos repórteres eram comportamentos comuns nas ações dos “Guardiões do Crivella” – nome dado pelos integrantes a um dos grupos de WhatsApp.

O MPE aponta, na denúncia, que Crivella participou de pelo menos um dos grupos. Afirmou ainda que a ação continuou durante a campanha do prefeito que buscava a reeleição no pleito de novembro. O atual gestor da capital fluminense, entretanto, apesar de ir ao segundo turno, acabou sendo derrotado pelo ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), que voltará a comandar a cidade a partir de janeiro de 2021. O bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) perdeu por 64,07% a 35,93% no placar dos votos válidos.

Já a Prefeitura do Rio disse, em nota, que o grupo de WhatsApp denominado “Guardiões do Crivella” não tinha a função de organizar servidores para coibir a imprensa ou promover qualquer atuação de viés eleitoral.