Por determinação do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal abriu, nesta sexta-feira (29), inquérito para investigar a conduta do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na crise sanitária do Amazonas. Como o líder da pasta tem foro privilegiado, a investigação deve tramitar no Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq).

No Amazonas, pacientes morreram por falta de oxigênio medicinal em hospitais. Em vários casos, enfermos tiveram de ser transferidos para outros estados, evitando com que deixassem de receber atendimento médico.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma, em documento enviado ao STF na última semana, que o Ministério da Saúde recebeu informações sobre um possível colapso do sistema de saúde em Manaus, capital do estado, ainda em dezembro. Diz também que somente no mês seguinte foram enviados representantes ao Amazonas.

“Mostra-se necessário o aprofundamento das investigações, a fim de se obter elementos informativos robustos para a deflagração de eventual ação judicial”, afirma o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Indícios de atraso no envio efetivo de oxigênio hospitalar às cidades amazonense também são apontados pela PGR.

Aras vê a possibilidade de se caracterizar “omissão passível de responsabilização cível, administrativa e/ou criminal”.