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Brumadinho: Vale assina acordo de R$ 37,68 bilhões com governo de MG

Divulgação / Gil Leonardi / Imprensa MG

Via Vermelho – Depois de muitas idas e vindas, a mineradora Vale S/A fechou, nesta quinta-feira (4), o acordo costurado na Justiça pela morte de 272 pessoas e prejuízos causados pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte, em 25 de janeiro de 2019. Os familiares dos mortos e os atingidos direta ou indiretamente, porém, não foram ouvidos e reclamam contra o acordo. O governo do Estado receberá R$ 37,68 bilhões como “reparação de danos”.

O dinheiro, porém, não será totalmente destinado à reparação de danos, e essa é uma das reclamações dos atingidos. Além dos mortos, a lama despejada pelo rompimento da barragem afetou a vida de pelo menos 108 mil famílias de pequenos agricultores, indígenas e pescadores ao longo do Rio Paraopeba, um dos afluentes do Rio São Francisco.

No início das negociações, o Estado e os órgãos de Justiça tinham solicitado R$ 54,7 bilhões, sendo R$ 26,7 bilhões para danos materiais e R$ 28 bilhões por danos morais coletivos. A primeira proposta da Vale foi de R$ 16,45 bilhões.

Logo após o acordo ser anunciado, as ações da Vale S/A subiram a 4,3%. Com o fim das negociações após seis rodadas, o Estado pretende destinar parte dos R$ 37 bilhões para a construção de um Rodoanel em torno de Belo Horizonte e também para o Pronto-Socorro e ao metrô da capital mineira, resolvendo parte de suas demandas. Apenas 30% da indenização serão aplicados em Brumadinho.

Entidades como o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) e a Associação de Moradores de Córrego do Feijão alegam que não foram ouvidas no processo. Atualmente, os atingidos reclamam contra a suspensão do auxílio emergencial pago pela Vale, assim como a não reparação a familiares dos mortos e a quem teve seus meios de sobrevivência inviabilizados, como são os casos dos agricultores e pescadores, principalmente.