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Bolsonaro pede que brasileiro pare de ‘frescura’ e ‘mimimi’; deputados repudiam declaração

Divulgação/José Cruz/Agência Brasil

Um dia depois de o Brasil registrar novo recorde no número de mortes pela Covid-19, Jair Bolsonaro minimizou o luto dos brasileiros, voltou a criticar as medidas de isolamento social no País e disse que os problemas precisam ser enfrentados pela população.

Em um evento em Goiás, Bolsonaro afirmou: “Nós temos que enfrentar os nossos problemas, chega de frescura e de mimimi. Vão ficar chorando até quando? Temos de enfrentar os problemas. Respeitar, obviamente, os mais idosos, aqueles que têm doenças, comorbidades, mas onde vai parar o Brasil se nós pararmos?”, declarou Bolsonaro.

Na quarta-feira (3), Brasil registrou o segundo dia consecutivo com elevado número de mortes por Covid-19 em 24 horas: 1.910, segundo painel lançado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). No dia anterior, o país já tinha contabilizado 1.726 mortes em 24 horas. Agora, já são mais de 260 mil mortes provocadas pela Covid-19 no Brasil, desde o início da pandemia.

Apesar da ausência de um plano de vacinação e do colapso no País, Bolsonaro voltou a criticar o lockdown adotado nas últimas semanas em diversos estados com o intuito de conter o avanço da transmissão do coronavírus. Para o presidente, “lockdown não funciona”.

Parlamentares do PCdoB repudiaram as declarações de Bolsonaro. Para o deputado Orlando Silva (SP), o presidente é “desumano”.

“Repugnante! São quase 260 mil mortos, estamos chegando em dois mil óbitos diários. A pandemia está em completo descontrole. O que o presidente da República tem a dizer aos brasileiros e às famílias de luto? ‘Chega de frescura e de mi-mi-mi’. Bolsonaro é desumano. É um monstro”, escreveu Orlando.

“Ele é incapaz de ter empatia pelo próximo, acha que 260 mil covas abertas são ‘frescura e mi-mi-mi’. Para estar descontrolado assim, pode ter certeza: deu ruim nas pesquisas”, afirmou o deputado.

https://twitter.com/orlandosilva/status/1367529331682123779
https://twitter.com/orlandosilva/status/1367591472338366470

A deputada Alice Portugal (BA) também se manifestou em suas redes sociais e voltou a defender o impeachment do presidente. “Frescura para Bolsonaro é morrer quase duas mil pessoas em 24 horas? É perder mais de 259 mil vidas? É morrer de fome? Esse senhor não podia estar no cargo que ocupa. Fora!”

https://twitter.com/Alice_Portugal/status/1367569360244666374

“É isso mesmo!? É essa a ‘sensibilidade’ que até os familiares de pessoas mortas pela Covid-19 esperam ouvir de um presidente? Até quando Bolsonaro vai ficar agredindo a memória e o povo brasileiro em si?”, questionou a deputada Professora Marcivânia (AP).

https://twitter.com/profmarcivania/status/1367589067609665541

* Via PCdoB na Câmara