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‘Levante Feminista’: movimentos sociais promovem ação contra feminicídio

Divulgação

Atos em diversos estados têm marcado, nos últimos dias, o lançamento nacional do “Levante Feminista Contra o Feminicídio”. Nesta quinta-feira (29) foi a vez de o Rio de Janeiro dar início ao projeto de forma oficial. Em Maricá, representantes de movimentos de mulheres se manifestaram reforçando a campanha “Nem Pense Em Me Matar”.

As maricaenses se reuniram por volta das 8h em Inoã. Foi possível ver cartazes com frases que ressaltavam a missão do protesto. Mais tarde, produziram um vídeo em referência às vítimas de feminicídio na cidade.

“Vivemos num país que naturaliza a violência, e isso é tão real que podemos comprovar vendo o crescimento dos índices de mortes de mulheres. É aí que entra a importância dessa campanha do ‘Levante Contra o Feminicídio’. É através de campanhas como essa que podemos desconstruir o machismo que mata todos os dias em algum lugar do país. Só teremos uma sociedade mais igualitária, mais respeitosa quando começarmos a também aprender a respeitar as mulheres”, declarou a professora Simone Miranda, a “Mãe Simone”, presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM) em Maricá.

Taisse Costa, secretária municipal de Mulheres do PCdoB em Maricá, enfatizou que as mulheres da cidade “têm histórico de luta e não poderiam ficar de fora da campanha contra o feminicídio”.

Representante de Maricá na UBM estadual, Rafaela Lima salientou que o manifesto é de âmbito nacional e que “reúne coletivos e instituições da sociedade civil de todo o país”. Apontou também que a campanha “vem sendo apoiada por parlamentares” da região.

“É muito importante essa construção que se iniciou, nacionalmente falando, no mês passado, e agora os estados estão fazendo seus lançamentos também. Vai ser uma construção longa, temos dois anos aí pela frente, mas pretendemos discutir a fundo os feminicídios em nosso país e as políticas públicas de prevenção e enfrentamento, assim como outras ações. Aproveito para convocar todas e todos para apoiar nossa construção, assinar o manifesto e pressionar os governos. Essa luta não pode ser solitária, ela é de todos nós”, disse Rafaela.

“Um ato como esse já gera impactos, reflexões de como estão tratando nossas mulheres. Esse ato aqui é muito importante para marcar essa conscientização de todos nós, porque os homens precisam dessa conscientização da igualdade de gênero e de respeito às mulheres”, afirmou Márcia Brás, da Ação da Mulher Trabalhista – PDT.

Coordenadora municipal do Movimento Negro Unificado (MNU) Maricá, Leci Alberti também deixou seu recado: “Hoje lançamos a campanha do Levante no Rio de Janeiro. Nós do MNU Maricá também estamos juntas na luta contra o feminicídio”.

“Nós mulheres nos reunimos levantando cartazes, fazendo um ato por todas as vidas ceifadas, não só de Maricá, mas de todo o mundo. Queremos justiça pelas vidas que se foram e por nós”, reforçou Heliza Ribeiro, da União da Juventude Socialista (UJS).

O levante

Com mais de 500 movimentos feministas envolvidos, o levante é uma frente nacional suprapartidária. O número de assinaturas obtidas já passa de 90 mil, incluindo nomes como o da ex-presidenta Dilma Rousseff, o ator Fábio Assunção e atriz Bruna Linzmeyer.

No entendimento da candidata a vice-prefeita do RJ em 2020, Enfermeira Rejane (PCdoB), é preciso haver “ações fortes para reduzir o índice de violência contra as mulheres. Uma campanha permanente de divulgação de informações, aumento da vigilância da sociedade sobre a questão, redução do acesso a armas de fogo para quem já foi denunciado por agressão e a capacitação de agentes de segurança para atuar nesses casos”.

“A Comissão da Mulher pretende reforçar o engajamento com esta causa, realizando ações coletivas, seminários e ações virtuais”, pontuou a ex-deputada.

Em março deste ano foi lançada a campanha #NemPenseEmMeMatar, apoiada na ideia de “Quem Mata Uma mulher, Mata a Humanidade!”. A cor amarela e o girassol são os símbolos da campanha.