André Ceciliano reagiu à publicação de apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) ao processo de privatização da Cedae. Em seu site, a entidade defendeu a concessão da estatal. Por sua vez, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) divulgou uma nota repudiando o posicionamento e apontou que Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira segue como presidente da federação por mais de duas décadas.
“É ‘imoral e inaceitável’ – para usar os mesmos termos da nota divulgada pela FIRJAN – que tenhamos uma federação que mantém há 25 anos o mesmo presidente. Neste período (entre 1995 e 2019), enquanto o emprego com carteira assinada no total da indústria de transformação no Brasil cresceu 47,4%, no ERJ ocorreu uma queda de 6,3% – o pior desempenho entre todas as unidades federativas, de acordo com dados da Rais/Ministério da Economia, sem que tenhamos assistido a uma reação do presidente da FIRJAN à altura da gravidade dos fatos”, iniciou Ceciliano, que considerou “soberana” a decisão tomada pela Alerj.
“(A decisão) visa a permitir a negociação de um melhor acordo para o Estado renovar o RRF, assunto de fundamental importância para o futuro do Rio, mas que, infelizmente, o presidente da FIRJAN finge não compreender, talvez para, como de costume, ficar bem com o governante da vez”, continuou.
Nesta quinta-feira (29), foi aprovado, pela Alerj, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que suspende o leilão da concessão dos serviços de distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto da Cedae. A Firjan criticou a decisão.
Também em nota, a Firjan havia se manifestado afirmando que “no ritmo atual de investimentos em saneamento da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro, seriam necessários no mínimo 140 anos para universalizar a coleta e tratamento de esgotos”.
Confira a íntegra da nota de André Ceciliano:
“É “imoral e inaceitável” – para usar os mesmos termos da nota divulgada pela FIRJAN – que tenhamos uma federação que mantém há 25 anos o mesmo presidente. Neste período (entre 1995 e 2019), enquanto o emprego com carteira assinada no total da indústria de transformação no Brasil cresceu 47,4%, no ERJ ocorreu uma queda de 6,3% – o pior desempenho entre todas as unidades federativas, de acordo com dados da Rais/Ministério da Economia, sem que tenhamos assistido a uma reação do presidente da FIRJAN à altura da gravidade dos fatos.
A decisão – repito, SOBERANA – tomada pela ALERJ visa a permitir a negociação de um melhor acordo para o Estado renovar o RRF, assunto de fundamental importância para o futuro do Rio, mas que, infelizmente, o presidente da FIRJAN finge não compreender, talvez para, como de costume, ficar bem com o governante da vez.
Importante saber que, entre setembro 2017, quando foi assinado o RRF, e setembro de 2020, quando ele deveria ter sido renovado (não o foi até hoje), o Rio conseguiu aumentar as suas receitas em 18% (de R$ 50,1 bi para R$ 59,4 bi) e reduzir suas despesas com pessoal em 3% (de R$ 33,6 bi para R$ 32,5 bi) – números ignorados pela equipe econômica do Governo Federal quando da não renovação do RRF, do qual só não fomos excluídos por uma decisão liminar dada pelo ministro Luiz Fux, do STF.
A Alerj também fez a sua parte e, neste período, devolveu mais de R$ 1,5 bi para o Estado investir em áreas prioritárias, como Saúde, Segurança e Educação, pois era preciso dar o exemplo.
Quanto ao presidente da Firjan, me pergunto em que medida ele está realmente fazendo a parte dele na legítima defesa dos interesses da indústria do Rio de Janeiro.
Atenciosamente.
Deputado André Ceciliano”
Leia, na íntegra, a nota da Firjan
“Em pleno ano de 2021, no segundo estado do país em termos econômicos, cinco milhões e seiscentas mil pessoas vivem no esgoto, sem saneamento básico.
No ritmo atual de investimentos em saneamento da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro, seriam necessários no mínimo 140 anos para universalizar a coleta e tratamento de esgotos.
Isso é imoral. É inaceitável.
São essas as razões que levaram a Diretoria da Firjan a defender e apoiar, desde o início, o processo de concessão dos serviços de coleta e tratamento de esgotos e de distribuição de águas para a iniciativa privada.
Essa é a única solução real e concreta para resolver essa enorme dívida social, que afeta exatamente a parcela mais pobre da população de nosso estado.
Diretoria da FIRJAN/CIRJ”