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Antes de retorno das aulas, EUA registram quase 100 mil novos casos de Covid-19 em crianças

Divulgação/Agência Brasil

Via Vermelho – Quase 100 mil crianças dos Estados Unidos testaram positivo para a Covid-19 nas últimas duas semanas de julho, conforme alerta um novo relatório da Academia Americana de Pediatria. São mais de 97 mil infectados registrados entre os dias 16 e 30 do último mês, de acordo com a associação.

Enquanto o país chega aos cinco milhões de casos da doença notificados, a organização médica revelou que mais de 338 mil eram crianças. Inicialmente, acreditava-se que elas estavam menos suscetíveis ao vírus. No entanto, pelo menos 25 crianças morreram da doença nos Estados Unidos em julho.

A Dra. Tina Hartert, da Universidade de Vanderbilt, espera que o aumento dos testes em crianças ajude a determinar o papel que elas desempenham na transmissão, conforme os distritos escolares em todo o país voltam a alguma forma de aula. Ela está liderando um estudo financiado pelo governo que envia kits de teste DIY para cerca de 2 mil famílias.

Na cidade de Nova York, maior distrito escolar dos EUA, o prefeito Bill de Blasio anunciou um retorno à escola presencial no outono. De Blasio deu aos pais até sexta-feira à noite para matricular os alunos para aulas presenciais, ensino remoto ou híbrido (remoto e presencial).

Mais de 25 crianças morreram de coronavírus somente em julho. A pressão pelo retorno delas à sala de aula fez com que superintendentes – em mais de 13 mil distritos escolares diferentes de todo o país – se preocupassem sobre como manter as crianças seguras.

Há ainda a preocupação em como lidar com as diferenças de aprendizagem. No Michigan, utiliza-se uma lousa de Plexiglas (tipo de material acrílico) como solução para que crianças com problemas de fala possam participar das aulas. O professor fala atrás de uma lousa transparente, enquanto o aluno reveza com o professor no uso de máscara, conforme cada um precise articular a fala.

Em Indiana, os ônibus escolares são limpos com spray desinfetante de hospital para alunos que precisam de carona para a escola. Há também máquinas de nebulização. No entanto, eles não esperam que muitos alunos entrem no ônibus – projetam que 35% das crianças na área aprendam remotamente, enquanto outros distritos escolares nos Estados Unidos não serão abertos.

Algumas universidades também estão lutando para uma reabertura com segurança, com novas restrições, incluindo banir festas, viagens rodoviárias e visitantes externos.

Trump e Johnson

Uma foto na North Paulding High School, em Dallas, na Geórgia, onde as escolas já foram reabertas, tornou-se viral na semana passada, mostrando os alunos aglomerados sem máscaras. A estudante que fez a fotografia chegou a ser suspensa da escola, medida revertida devido à repercussão da imagem.

Isso ocorre depois que o Facebook excluiu uma postagem do presidente dos EUA, Donald Trump, pela primeira vez, depois que ele compartilhou um clipe no qual afirmava que as crianças são “quase imunes”.

A plataforma de mídia social considerou isso uma violação de suas regras contra o compartilhamento de informações incorretas sobre o coronavírus. Durante uma reunião na Casa Branca no mesmo dia, Trump repetiu sua afirmação de que o vírus teve pouco impacto nas crianças. “As crianças lidam muito bem com isso”, disse ele aos repórteres.

“Seus sistemas imunológicos são muito, muito fortes e muito poderosos. Eles parecem ser capazes de lidar com isso muito bem, e isso está de acordo com todas as afirmações estatísticas”, declarou o presidente.

As unidades do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) disseram que, embora os adultos constituam a maioria dos casos de Covid-19 conhecidos até agora, algumas crianças e bebês adoeceram e também podem transmiti-la a outras pessoas.

Com informações da CBS e do Mirror