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Após Anvisa autorizar uso emergencial de vacinas, enfermeira recebe primeira dose

Reprodução/GloboNews

Via Vermelho – Por unanimidade, cinco diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votaram pela aprovação do uso emergencial da Coronavac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e da Oxford/AstraZeneca, desenvolvida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O voto decisivo veio do diretor Alex Machado Campos, terceiro a comparecer diante do microfone. Campos é advogado e ex-chefe de gabinete do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.

Em sua fala, Alex Campos agradeceu ao ex-ministro Mandetta pela indicação ao cargo e lamentou as mortes recentes em Manaus dizendo que houve “incúria” do Estado. Ele também destacou a importância do distanciamento, uso da máscara e higienização das mãos no combate ao coronavírus.

Antes de Alex Machado, votou Meiruze Sousa Freitas, diretora e relatora dos pedidos de aprovação de uso emergencial em caráter temporário. Meiruze é farmacêutica e funcionária de carreira da Anvisa. Também votou Romison Rodrigues Mota, diretor interino e servidor de carreira do órgão.

Os dois últimos a votar foram a médica Cristiane Rose Jourdan Gomes, indicada por Bolsonaro no ano passado, e o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres. Ambos fizeram os votos mais rápidos e acompanharam integralmente a relatora.

Antes de os diretores fazerem sua avaliação, a área técnica da Anvisa apresentou os resultados de suas análises das duas vacinas, recomendando a aprovação do uso emergencial dos imunizantes.

O gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos do órgão regulador, Gustavo Mendes, listou “incertezas” sobre as duas vacinas, mas disse que recomenda o uso devido à pandemia, aumento de casos e a ausência de outra terapia disponível contra a Covid-19.

A justificativa de falta de alternativa terapêutica contraria o Ministério da Saúde, que segue insistindo na estratégia de tratamento precoce, feito com medicamentos comprovadamente ineficazes contra a doença.

No sábado (16), o Twitter colocou um alerta em um post do perfil do Ministério da Saúde na rede que falava sobre tratamento precoce contra a Covid-19, classificando-o de “enganoso”.

Primeira vacinada do País

A enfermeira do hospital Emílio Ribas, Mônica Calazans, 54 anos, recebeu neste domingo (17) a primeira dose da Coronavac, após a aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Mônica, que faz parte do grupo de risco da Covid-19 – é diabética, hipertensa e obesa – se voluntariou em maio a trabalhar na linha de frente contra o novo coronavírus, mesmo com comorbidades.

Ela foi voluntária do estudo da Coronavac. Uma política dos desenvolvedores da vacina é chamar os participantes do grupo placebo para se vacinar após a aprovação. A Coronavac foi testada pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

A vacinação ocorreu em uma coletiva de imprensa do governo de São Paulo, logo após a reunião da Anvisa, que aprovou por unanimidade o uso emergencial da Coronavac e da vacina Oxford/AstraZeneca.