Três pessoas morreram e outras várias ficaram feridas durante um ataque a faca na manhã desta quinta-feira (29) na França. O caso ocorreu na Basílica de Notre-Dame, em Nice, e arredores.
Christian Estrosi, prefeito da cidade, disse que um suspeito foi baleado e preso. Ele também classificou o ataque como terrorismo islâmico.
De acordo com Estrosi, o homem gritou “Allahu Akbar” (Deus é grande, em árabe). A imprensa local afirma que uma vítima foi decapitada e o suspeito está internado em estado grave.
Outros ataques
A polícia francesa matou um homem poucas horas depois. Em Montfavet, distrito da cidade de Avignon, no sul do país, pessoas estavam sendo ameaçadas por ele com uma arma. O indivíduo também gritou “Allahu Akbar”.
Outro ataque aconteceu na Arábia Saudita. A TV estatal do país asiático noticiou a prisão de um suspeito em Jeddah, após agressão e ferimento a um guarda do consulado francês.
Uma reunião de crise com a presença do presidente Emmanuel Macron foi anunciada pelo ministro do Interior francês, Gérald Darmanin. A Procuradoria antiterrorismo do país abriu investigação sobre o episódio inesperado ocorrido pela manhã.
Professor decapitado
Há 13 dias, Samuel Paty foi decapitado. O professor de 47 anos pagou com a vida, depois de mostrar caricaturas do profeta Maomé durante uma aula sobre a liberdade de expressão. Os desenhos foram produzidos pela revista satírica “Charlie Hebdo”, alvo de atentado terrorista em 2015
A morte do professor causou comoção em todo o país. Em Paris, milhares foram às ruas para homenagear Paty. O governo francês concedeu a ele a maior honraria local, a “Legion d’Honneur”. No funeral, Macron declarou: “Não renunciaremos às caricaturas e aos desenhos”.
Porém, as reações das autoridades de outros países apontaram para a direção contrária. Recep Tayyip Erdogan, por exemplo, presidente da Turquia, criticou Macron e afirmou que o presidente da França necessita de um exame de saúde mental.
Contudo, também houve apoio. Como no caso de Dominic Raab. O chanceler da Grã-Bretanha pediu um posicionamento pelos valores da tolerância e da liberdade de expressão por parte da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).