Uma ativista negra morreu durante operação da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, capital gaúcha, nesta terça-feira (8). Jane Beatriz Machado da Silva Nunes caiu da escada da própria casa, na Vila Cruzeiro. Antes, policiais tentaram entrar na residência, de acordo com a advogada Marcia Soares, da ONG Themis. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

Jane Beatriz havia retornado do mercado. Ainda segundo informações, ela percebeu que os policiais estavam buscando acessar sua casa, resistiu e pediu para ver o mandado em que constava a permissão para a entrada na residência.

Moradores da região iniciaram um protesto após a morte da ativista. De acordo com a Folha, a manifestação teve como uma da responsáveis a ONG Themis, que trata de discriminações contra mulheres no sistema de Justiça. O grupo exige apuração rigorosa sobre o caso.

“É imprescindível e urgente que as circunstâncias da morte de Jane sejam rigorosamente apuradas pelas autoridades competentes; que a família e a comunidade recebam o adequado apoio e respeito do Estado e que ações concretas sejam tomadas pelo Poder Público para que os direitos e as vidas das pessoas negras e periféricas não sejam mais sistematicamente violados”, diz parte da publicação da ONG nas redes sociais.

A advogada afirma que a Brigada Militar já vinha realizando abordagens nas casas dos moradores da Vila Cruzeiro. Já a assessoria da Brigada Militar relatou à reportagem que foi identificado, pelo Instituto geral de Perícias do Rio Grande do Sul, como causa da morte, “o rompimento espontâneo de um aneurisma cerebral”.

“Não foi localizado no corpo nenhum sinal de trauma que justificasse o óbito”, acrescentou a assessoria.