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Auditoria aponta que Cedae pagou mais caro por sanitização de comunidades; metragem aparece até 6 vezes maior

Divulgação/Prefeitura do Rio

De acordo com um relatório da Controladoria-Geral do Estado do Rio (CGE-RJ), o “plano emergencial de sanitização das favelas” do Rio de Janeiro custou mais caro do que deveria. A auditoria apontou que havia “risco da não obtenção do melhor preço”. As informações foram divulgadas pela GloboNews. Contudo, a estatal negou as supostas irregularidades.

Após o Ministério Público e a Defensoria Pública cobrarem na Justiça um plano de contingência contra a Covid-19, a Cedae adotou a medida de limpeza. Celebrado de forma emergencial, o contrato de R$ 30 milhões não teve licitação. A responsabilidade pelo trabalho ficou com a empresa Truly Nolen, de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

A aplicação da substância quaternário de amônia saiu por R$ 5,90 em cada metro linear percorrido. Três propostas, segundo a auditoria, já haviam se mostrado financeiramente mais vantajosas. Elas variavam entre R$ 3,65 e R$ 4,32. As opções foram verificadas em outro processo de contratação do governo do estado.

Na apuração da GloboNews consta que, para o cálculo do contrato, a Cedae pode ter “inflado” o tamanho das comunidades. A emissora obteve da companhia o termo de referência da sanitização com base na Lei de Acesso à Informação.

O documento apresenta uma área total de cinco milhões de metros lineares (cinco mil quilômetros) para a execução do processo. A distância é quase equivalente à linha reta entre o Oiapoque e o Chuí, que representa medir o Brasil de ponta a ponta.

A pedido da emissora da Globosat, o Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP) promoveu um levantamento sobre o Batan, na Zona Oeste do Rio. A extensão territorial da comunidade, que foi uma das que receberam a limpeza, é quase seis vezes menor que a metragem a qual os produtos foram aplicados no local, considerando as contas da Cedae.