Marcelo Odebrecht ficou na cadeia até o fim de 2017, quando teve direito à prisão domiciliar. Ele acumulou anotações no período de reclusão. No último sábado (25), a Folha de São Paulo publicou informações sobre os manuscritos do empresário. Foi apontada uma suposta pressão da força-tarefa da Lava Jato ao longo da negociação por um acordo com a empresa. Também estaria relatado um inconformismo dele diante dos rumos que a delação da construtora tomou.
De acordo com as anotações de Marcelo, os investigadores indicaram o possível surgimento de mais operações sobre o grupo, se ele tivesse êxito na tentativa de obtenção de habeas corpus, em 2016, quando o ex-presidente do conglomerado buscava deixar a prisão.
No último processo em que o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, responde em Curitiba, estas cartas foram anexadas pela defesa. O caso é sobre a suposta compra, por parte da empreiteira, de um terreno para o instituto do petista. Em maio, a defesa de Lula escreveu um documento no qual sugere que são notáveis a “calibragem de relatos” e a falta de espontaneidade na delação.
Condenado quatro vezes na Justiça Federal do Paraná, Marcelo Odebrecht afirma ser perseguido pela empresa. Isso porque ele expôs pessoas ligadas ao seu pai, Emílio Odebrecht, durante a colaboração com a justiça.