É do Brasil o primeiro teste genético que detecta a Covid-19 no mundo. O Hospital Albert Einstein desenvolveu o exame que faz o sequenciamento do RNA do vírus. Este processo ocorre de forma semelhante ao normalmente realizado com o DNA de outras formas de vida. Ainda com limitações, a novidade começou a ser utilizada por empresas e demais entidades que visam a retomada das atividades presenciais, casos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Federação Paulista de Futebol (FPF). As duas organizações ligadas ao esporte firmaram parceria com a instituição de saúde.
A tecnologia deve ser gradualmente aplicada de forma mais ampla. Contudo, para isto, alguns obstáculos precisarão ser vencidos. Convidado da edição de quinta-feira (23) do programa “CB Saúde”, do Jornal Correio Braziliense, Sidney Klajner, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, afirmou que o teste “é um sequenciamento genético do RNA, algo que não é comum de fazer”.
Com a técnica aplicada, é possível realizar os exames em maior quantidade e com baixo custo, se comparado ao RT-PCR, considerado “padrão ouro” atualmente. Também há mais segurança nos resultados dos testes com a novidade introduzida pelo Hospital Albert Einstein. Nele, não há o “falso positivo” como possibilidade de resposta final.
“Cada rodada permite fazer 1.500 testes. Permite detectar com uma especificidade de 100%, quer dizer, dando positivo, não há jeito de estar errado. E uma sensibilidade de 95% no momento adequado”, detalhou o Klajner, que apontou os entraves no processo consolidação da tecnologia.
“Como outros testes, ele ainda acaba esbarrando na logística. Se a gente lembrar que uma das fases da coleta é a fase de cotonete, que você tem que fazer a coleta adequada em nariz e garganta, é um insumo que está sendo disputado no mundo inteiro. Então existe a dificuldade da obtenção desses insumos, especialmente de forma mais massiva”, explicou o médico.