Vai ser nesta quinta-feira (3) a votação que definirá se será ou não aberto o processo de impeachment contra Marcelo Crivella (PRB). A tendência é que a Câmara dos Vereadores comece a decidir a questão às 16h (de Brasília). A base do governo estadual tentou antecipar em duas horas, ao buscar a marcação de uma sessão extraordinária. O pedido, entretanto, não foi acatado pela Mesa Diretora.

O destino do prefeito do Rio de Janeiro depende muito da quantidade de participantes na votação. Caso todos estejam presentes, o processo vai ser aberto se 26 votos forem favoráveis. Havendo, por exemplo, 40 vereadores – do total de 51 -, é necessário 21. O vereador presidente da Câmara, Jorge Felippe (DEM), fica impedido de votar.

Vale lembrar que, de acordo com o regimento da Câmara, é preciso ter maioria simples para este tipo de processo ser aberto. Isso significa metade dos presentes mais um vereador. A oposição calcula possuir entre 18 e 21 votos.

O PSOL entrou com o pedido de impeachment na Câmara dos Vereadores alegando que o prefeito cometeu crime de responsabilidade em função do caso que ficou conhecido como “Guardiões do Crivella”. Repórteres da TV Globo, assim como pacientes e seus familiares, foram inibidos e constrangidos por funcionários públicos nas portas de hospitais, num intuito de impedir o trabalho da imprensa, e, conseqüentemente, a realização das denúncias de irregularidades.

Essa reivindicação do Partido Socialismo e Liberdade foi apreciada pela Procuradoria da casa e também pela Secretaria Geral da Mesa Diretora. Ambas entenderam que o pedido cumpria os requisitos formais.

Especialistas não esperam uma análise técnica por parte dos vereadores, e sim um processo político relacionado às eleições deste ano. Alguns vereadores não devem comparecer à Câmara para evitar se comprometer no pleito de novembro, segundo fontes ligadas à casa.