Na opinião de criminalistas ouvidos pelo jornal Estado de São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ter complicado sua situação jurídica com as declarações feitas, nesta terça-feira (10), durante o interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro declarou que apenas discutiu informalmente, inclusive com comandantes militares, o que poderia ser feito “dentro das quatro linhas da Constituição” para tentar reverter o resultado eleitoral.
Mesmo negando qualquer articulação golpista, Bolsonaro afirmou que levou aos militares “considerandos” para lidar com a rejeição, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com os criminalistas, a admissão de que apresentou essas propostas a altos comandos das Forças Armadas, pode ser interpretada como um indício de tentativa de golpe de Estado, ainda que envolva instrumentos previstos na Constituição.
O ex-presidente também negou ter responsabilidade sobre a minuta do golpe, contradizendo seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.
Bolsonaro também negou o plano de prisão de autoridades e afirmou não ter estimulado manifestações ilegais, jogando a culpa desses atos em seus apoiadores.
Nas redes sociais, as declarações tiveram repercussão negativa em 65% das postagens, segundo levantamento feto pela consultoria Arquimedes, encomendado pelo jornal O Globo.
*Fonte: vermelho.org.br, Revista Fórum e Brasil 247