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Eleições municipais terão a menor participação já vista de jovens de 16 e 17 anos

Arquivo/Agência Brasil

Um levantamento feito pelo jornal O Globo, a partir de estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que as eleições deste ano vão ser a de menor participação de cidadãos com 16 e 17 anos de idade desde 1990. Esses jovens irão significar, nas urnas, 0,7% do eleitorado. No último pleito municipal, em 2016, por exemplo, o índice era de 1,6%. O voto facultativo foi instituído na Constituição de 1988. Apenas a disputa para presidente de 1989 não está considerada na pesquisa, por causa da falta de informações públicas sobre a distribuição dos votantes por idade.

Pouco mais de 1 milhão de eleitores desse grupo estão aptos a votar no próximo mês de novembro. Na comparação com quatro anos atrás, o número é 55% menor.

Dados do IBGE indicam que foi encolhido em 9,5% o total de jovens de 16 e 17 anos no Brasil em quatro anos. No mesmo período, a redução deles no quesito eleitoral ficou maior que essa variação da população jovem no País. O grupo representava, há 30 anos, 3,5% dos votantes.

Na avaliação da Justiça Eleitoral e também de pesquisadores, a pandemia do novo coronavírus é fundamental para entender o cenário. Em maio, quando vários estados já adotavam medidas de isolamento social, acabou o prazo para emissão de títulos de eleitor. O atendimento em parte dos cartórios eleitorais, naquele momento, acabou sendo restringido.

Contudo, a baixa adesão já era observada nos últimos anos. Especialistas no assunto apontaram, em entrevista ao jornal, que, entre outros motivos explicativos, está a constatação de que parte da juventude não se identifica com a forma tradicional de fazer política.