Últimas Notícias

Eleitores e jornalistas participam de debate da Band em SP: ‘Conheço a periferia e o racismo desde sempre’, diz Orlando Silva

Reprodução/TV Bandeirantes

Público, adversários e jornalistas compuseram o debate promovido pela Band na noite desta quinta-feira (1) em São Paulo. Diante das câmeras da emissora, os candidatos à prefeitura da capital do estado responderam perguntas formuladas por eles, pelos eleitores e profissionais da imprensa. Sem plateia, em razão da pandemia de Covid-19, onze postulantes ao cargo estiveram presentes e utilizando máscaras, retirando-as apenas nos momentos das respostas, mesmo protocolo respeitado no Rio de Janeiro.

No primeiro dos cinco blocos, Orlando Silva (PCdoB) encabeçou a lista de candidatos que responderam sobre a Cracolândia. O comunista disse que o problema deve ser enfrentado “com medidas no campo da saúde pública”. Mais tarde, nas considerações finais, ele fez um resumo do cenário da cidade sob seu ponto de vista.

“Sei que o povo está cansado de ser enganado, mas nós temos que resgatar a esperança. Conheço a periferia e o racismo desde sempre, vivendo, sentindo. Sei o que é escola e saúde pública, o que é ser criado por uma mãe solo. Sei o que é uma enchente na sua casa, o que é trabalhar com 13 anos de idade. Essa experiência de vida que eu quero trazer para a construção política da cidade”, disse.

“Quero fazer nessa cidade um plano emergencial de emprego e renda para dar chance para o povo. Ver a nossa juventude brilhando pela cidade. Junto com a minha vice, enfermeira Andréia, quero governar essa cidade para quem mais precisa. Muito obrigado e vote 65. Peço o seu voto”, acrescentou Orlando.

Marina Helou (Rede) afirmou que “São Paulo não pode ser a cidade que só sobrevive, que a gente fica o tempo inteiro indo do carro, do transporte público para o trabalho, para a casa, só para pagar contas”.

Filipe Sabará (Novo) destacou as duas experiências públicas que possui: “como secretário municipal de Desenvolvimento Social e presidente do Fundo Social do estado, gerando oportunidade de renda para as pessoas mais vulneráveis”.

Já Guilherme Boulos (PSOL) declarou que pretende “colocar a periferia no centro”. “Se você também quer derrotar o ‘bolsodoria’ em São Paulo, quer derrotar os esquemas, as máfias e colocar a periferia no centro, vem com a gente vamos virar esse jogo na maior cidade do Brasil, fazer dela uma capital da esperança”, enfatizou.

Considerando que “São Paulo conduz e não é conduzida por causa de você que está em casa e não aguenta mais o peso da prefeitura nas suas costas”, Arthur do Val (Patriota) sublinhou a importância de sentir “orgulho da cidade”.

Candidato em eleições recentes para prefeito paulistano, Celso Russomanno (Republicanos) entende que “é a vez da população de São Paulo, que vai ter voz. Que vai falar e a prefeitura vai ouvir e fazer os serviços públicos funcionarem”.

Márcio França (PSB) optou por reforçar sua experiência na política: “Precisamos gerar emprego e oportunidade e criar crédito para que as pessoas possam voltar a empreender, acreditar de novo que possa ser possível sair da situação difícil que nos encontramos”, afirmou.

Ex-aliada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Joice Hasselmann (PSL) disse que seus concorrentes não tiveram “coragem de debater de verdade”, apontando que “metade dos que estão aqui são citados na lista da Odebrecht.”

Aposta de Márcio França, a carreira na política também foi trunfo lançado por Andrea Matarazzo (PSD). Ele se vê capaz de “fazer a transformação de São Paulo” e garante que conhece “a cidade como poucas pessoas”.

O atual prefeito Bruno Covas (PSDB) salientou que colaborou “muito” com a criação de “12 novos CEUS, 85 mil vagas em creches, 8 novos hospitais. Mas, ainda há muito a se fazer”.

Jilmar Tatto (PT) destacou o “orgulho de ter o apoio do Fernando Haddad, que renegociou a dívida e que deixou dinheiro em caixa, diferente do que diz o Bruno Covas”.

O primeiro turno das eleições municipais de 2020 ocorre em 15 de novembro, com o segundo – caso haja necessidade – sendo realizado duas semanas depois, no dia 29. A pandemia do novo coronavírus interrompeu uma tradição de pleitos em outubro no Brasil.