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Estudo da UFF prevê fim da primeira onda de Covid-19 em outubro

Divulgação/Rovena Rosa/Agência Brasil

Detecção Precoce da Sazonalidade e Predição de Segundas Ondas na Pandemia da Covid-19 é o nome de um estudo que pode melhorar a perspectiva da população brasileira diante do catastrófico cenário de coronavírus no País. Coordenada pelo professor Márcio Watanabe, do Departamento de Estatística da Universidade Federal Fluminense (UFF), a pesquisa aponta que a primeira onda da doença deve terminar em outubro, mesmo com deficiências nas medidas adotadas pelas autoridades e o desrespeito aos protocolos de segurança visto por parte dos cidadãos em todo o território nacional.

A tendência, segundo a avaliação, é que o Brasil e o Hemisfério Sul passem por uma diminuição de casos a partir do décimo mês do ano, com a aproximação do verão. O mesmo período vai representar a quase chegada do inverno no Hemisfério Norte, levando provavelmente ao aumento do número de infecções nessa região global. A enfermidade provocada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) segue o mesmo padrão de sazonalidade verificado na H1N1, gripe Influenza e outras doenças respiratórias.

“A sazonalidade de doenças significa que existe um padrão anual onde há um momento do ano em que a doença tem uma transmissão maior. No caso das doenças de transmissão respiratória, geralmente elas apresentam uma sazonalidade típica do período de outono e inverno, ou seja, elas têm uma transmissão maior e, portanto, uma quantidade maior de pessoas infectadas nos meses de outono e inverno”, explica Watanabe.

O Hemisfério Norte deve sofrer uma segunda onda muito mais forte do que a primeira. No Sul, caso ocorra essa nova etapa, ela tende a chegar a partir da metade de março de 2021 e de forma menos intensa.

“São vários fatores. Provavelmente, lá para abril a gente já tenha uma vacina disponível. Tendo uma vacina, provavelmente nós não vamos ter uma segunda onda. E, caso o País tenha uma segunda [onda], ela, com certeza, vai ser menor do que essa primeira onda, porque a gente já teve um surto muito grande no País, que durou desde março até agora, com um número significativo de casos. Então, a tendência é que a próxima onda seja menor do que essa primeira”, detalha o professor, que, contudo, chama a atenção para a necessidade de haver a manutenção dos cuidados, ainda que exista uma aliviante notícia para a população.

“A sazonalidade ajuda a reduzir a transmissão. Mas, se afrouxa as medidas restritivas, vai ter uma força puxando para cima e outra puxando para baixo. Então, é importante que as as medidas sejam tomadas com planejamento e responsabilidade”, conclui.