Terminou em 31 de agosto de 2016, uma quarta-feira, o processo de impeachment e, consequentemente, a trajetória de Dilma Rousseff como presidenta do Brasil. Foram 61 votos favoráveis ao que o Partido dos Trabalhadores e toda a esquerda chamam de “golpe”. Apenas 20 senadores se posicionaram contra a saída. Nesta segunda, completam-se quatro anos do julgamento considerado por muitos como de “cartas marcadas”. Parlamentares recordaram a data e reforçaram o apoio à sucessora de Luiz Inácio Lula da Silva.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) disse que “feriram de morte a nossa democracia”. Líder da Bancada do PT na Câmara, o deputado Enio Verri (PR) destacou que o maior prejudicado foi, na prática, o povo brasileiro.
“É importante salientar que aquilo que denunciávamos à época do impeachment se concretizou. O golpe foi contra a democracia e a nação, e contra os direitos do povo brasileiro atendendo os interesses da elite”, afirmou.
“Sem comprovação de crime de responsabilidade”. Assim definiu o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), líder da Minoria no Congresso. Ele frisou que este foi o primeiro passo dado pela extrema-direita para chegar ao poder, culminando na implementação de uma agenda reacionária, conservadora e com traços de fascismo.
Também deputada, Jandira Feghali (PCdoB-RJ) publicou uma imagem em referência ao acontecimento e escreveu que “a História mostrou que foi golpe”.
No Facebook, a conta oficial do PT divulgou um vídeo que traz a recapitulação do processo que impulsionou a chegada da extrema-direita ao poder no País. A linha do tempo começa em 2015, quando Eduardo Cunha, hoje preso, iniciou a preparação do impeachment.
Reeleita em outubro de 2014 para o segundo mandato, após derrotar Aécio Neves (PSDB) na disputa final, Dilma acabou sendo condenada sob a acusação de ter cometido crimes de responsabilidade fiscal no Plano Safra. As irregularidades apontadas contra ela são conhecidas como “pedaladas fiscais”. Contudo, a petista não perdeu a habilitação para funções públicas, o que lhe garantiu a permanência dos direitos políticos, bem como futuras candidaturas em eleições. Às 16h daquele dia, no plenário do Senado, o então vice Michel Temer (PMDB, atualmente MDB) começou a tomar posse para ocupar o lugar da presidenta.