A conclusão do inquérito que apurou o assassinato do pastor Anderson do Carmo aponta que o crime ocorrido em junho de 2019 foi motivado devido a uma disputa por poder e dinheiro. Marido de Flordelis, o pastor teria tomado espaço demais dentro do ministério, da casa e do gabinete da deputada em Brasília. Em material publicado neste sábado (5), o jornal Extra detalhou a dinâmica do casal com alguns relatos os quais teve acesso.
De coadjuvante no cenário, Anderson foi adquirindo projeção, principalmente durante a campanha da parlamentar à Câmara. O pastor se tornou o responsável por resolver tudo que sua esposa precisava, deixando ela apenas com a missão de chegar ao poder.
Uma pessoa que conviveu de perto com os dois por anos disse que Anderson “era extremamente inteligente e pegava as coisas muito rápido. O que ele não sabia, ele perguntava”.
“Se ainda assim não ficasse claro, o pastor ia se aprofundar no assunto. E não admitia não ter o melhor para a mulher”, conta.
Uma antiga frequentadora do culto que o pastor fazia para funcionários da Câmara abriu ainda mais o caminho para ele no ambiente dos parlamentares. Se por um lado isso facilitou a vida de Flordelis, por outro acabou custando parte de seu protagonismo.
“Ele pegava aquela gente toda: segurança, faxineiros, os que serviam café. A maioria era evangélica, e quem não era se transformava. O que ele fez? Criou um culto para esse povo todo, e ia lá pregar em dia de semana às 19h. Com isso, conseguia o que queria, passe livre para entrar e sair de onde quisesse”, relatou.
No fim de agosto, Flordelis foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Segundo os investigadores, a pastora é a principal responsável pela morte de Anderson do Carmo em junho de 2019. Como ela tem imunidade parlamentar, o pedido de prisão que partiu do MP acabou não sendo aceito.