A “Retomada Cultural de Niterói” não é apenas o título do edital que marca o começo de um programa voltado para o setor no município. Trata-se de uma necessidade nesse período de pandemia. Dessa urgência nasceu o desejo de “fazer acontecer”. Uma missão liderada pelo secretário de Cultura, Leonardo Giordano, do Movimento 65. Serão 50 projetos selecionados por especialistas da área que virão de fora de “Cidade Sorriso” para trazer a alegria ao rosto de cada artista envolvido nas propostas escolhidas. E a concorrência promete ser forte. O prazo para inscrições foi estendido em dez dias, terminando na última segunda-feira (25), o que ocasionou o acréscimo de centenas de candidaturas, totalizando 890.
“Vamos, junto com o prefeito Axel Grael (PDT) e a Secretaria, aplicar 1 milhão de reais em 50 projetos, cada um deles vai receber 20 mil reais. São centenas de pessoas. Cada projeto envolve uma galera. As inscrições acabaram na segunda-feira e fechamos com 890 inscrições, que é um recorde, um número de inscritos muito expressivo, umas das maiores taxas de adesão em políticas públicas em Niterói”, contou, em entrevista ao Portal 65, Leonardo Giordano, de 40 anos de idade, vereador eleito no pleito de novembro de 2020, com 2.676 votos, e que passou a ficar encarregado de comandar a cultura no município.
O poder de decisão sobre quais projetos serão contemplados estará com técnicos da área em questão, que possuem “vasto currículo e sem relação com nenhum dos proponentes”, conforme avisa o secretário, garantindo a isenção nas avaliações.
“Vamos fazer uma comissão externa e a gente deve, em abril, ter os projetos pagos e a coisa toda acontecendo. Essa é uma ação de retomada. Vamos ter muitas outras. Ainda não estão definidas, não dá para anunciar, mas a gente pretende fazer investimentos para proteger os empregos da cadeia produtiva da cultura em Niterói”, projeta Leonardo.
Como a ideia já sugere, todo o processo de retomada do setor gira em torno de uma preocupação. A mesma que tem tirado o sono dos brasileiros, de forma mais acentuada, desde o primeiro trimestre de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou haver uma pandemia global do novo coronavírus (Sars-CoV-2), causador da Covid-19. Atualmente, o País acumula 14 milhões de trabalhadores à procura de um modo de sustento, o que representa a taxa recorde de 14,2%. Com o “Programa Municipal de Retomada Econômica do Setor Cultural”, a esperança é levar proteção a cada lar da cidade.
“O objetivo disso é fazer uma política de retomada econômica, preservar os empregos da cadeia produtiva da cultura. Vamos ter muito zelo com a questão da manutenção dos empregos, da retomada econômica, porque a cultura envolve uma cadeia de empregos muito grande. Esse investimento, por exemplo, vai desde o pedreiro que fará a obra no centro cultural, passando pela costureira que faz indumentárias numa peça de teatro. Estamos preocupados em proteger os empregos da cadeia produtiva da cultura”, reforça o vereador eleito pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
O pensamento também está no futuro. Depois de transformar o planejamento em prática, os envolvidos pretendem deixar um legado para os niteroienses.
“Dentro do edital, um pedaço é destinado à montagem de cursos on-line, que vamos disponibilizar para a população. A Secretaria, no final desse projeto, vai ter uma série de cursos para colocar numa plataforma e disponibilizar para o povo”, afirma Giordano, que vê duplo benefício na relação positiva entre autoridades e cidadãos.
“Penso que a gente tem que ter uma grande união entre o governo e a população para praticar investimentos que possam proteger o povo e, ao mesmo tempo, garantir que os direitos culturais sejam preservados. A cultura é um direito”, conclui.



