Via Vermelho – O Mestre da Cultura, Raimundo Aniceto, morreu na noite de quinta-feira (15) no Hospital São Camilo, em Crato, no interior do Ceará. Aos 86 anos, o instrumentista e dançarino apresentava problemas cardíacos e foi diagnosticado com Covid-19 depois da internação. Cinco anos antes, Raimundo havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) que comprometeu seu estado de saúde.
Integrante da Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, Raimundo foi reconhecido como Mestre da Cultura em 2004, pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult). O grupo musical foi fundado por seu avô, descendente de índios Kariri, ao pé da Chapada do Araripe, ainda no século 19. Raimundo Aniceto era o último remanescente vivo da segunda formação do conjunto, que deve continuar a trajetória com os sobrinhos dele.
A dança dos Irmãos Aniceto
Raimundo Aniceto é considerado um maestro tocando pife (pequena flauta transversal, aguda) e um exímio dançarino, habilidades que esbanjava durante as apresentações do grupo com instrumentos de sopro e percussão. Os saberes ancestrais de Raimundo foram cultuados com amor e espírito comunitário durante e além das apresentações.
As histórias dos Aniceto estão no folclore brasileiro e na memória cearense. Em agosto do ano passado, foi inaugurado o museu orgânico do Mestre Raimundo Aniceto em Crato. Além do museu, os documentários “Os Cearenses”, da Fundação Demócrito Rocha, e “Visceral Brasil – As Veias Abertas da Música”, da TV Brasil, retratam a origem, a vida e obra do artista e do grupo.
* Com informações de O Povo