Após o próprio PCdoB divulgar nota para explicar a votação favorável ao “perdão” das dívidas das igrejas, Orlando Silva decidiu se manifestar de forma mais incisiva em sua coluna publicada no portal Vermelho e no Brasil 247 nesta quinta-feira (10). A proposta que livra as instituições religiosas dos tributos acumulados e as isenta do pagamento de contribuições previdenciárias foi aprovada no Congresso. Para o deputado, ele, seu partido e lideranças de outras legendas têm sido “alvo de uma campanha de ataques nas redes sociais capitaneada até por setores da esquerda”.
“Entre as mensagens, há pessoas bem intencionadas e verdadeiramente preocupadas em debater; e outras mais interessadas em disseminar a confusão para obter dividendos políticos e eleitorais”, disse.
Depois de detalhar o Projeto de Lei 1581/2020 e a emenda nº 1, Orlando afirmou que “o constituinte quis não apenas salvaguardar a liberdade religiosa como impedir embaraços, inclusive financeiros, ao funcionamento dos templos”.
“É sabido por todos que há charlatães que se utilizam da fé alheia para influenciar na política e até mesmo para amealhar fortunas. Tais práticas são repugnantes e condenáveis, mas já existem no ordenamento jurídico brasileiro as formas de punição aos malfeitos. Esse não era o debate daquela emenda”, justificou.
Orlando Silva é candidato à prefeitura de São Paulo para as eleições deste ano. Ele apontou que a votação ocorrida no Congresso foi “requentada para causar ‘escândalo’ 20 dias depois” e destacou que a “campanha” na internet teve início três dias após a oficialização de sua candidatura: “Mistérios que moram longe”, escreveu.
“Por outro lado, gostaria mesmo de chamar atenção a um mal disfarçado preconceito de certas parcelas progressistas, em tese mais politizadas e engajadas, contra os evangélicos. Trata-se de parcela crescente de nosso povo, que, por flagelos diversos ou opção mesmo, encontra nas igrejas algum tipo de acolhimento”, pontuou.
“Cabe aqui dizer que existem milhares de denominações religiosas, pequenas, médias e grandes, espalhadas pelo Brasil, em particular em locais carentes. É de uma profunda insensatez fazer tábula rasa de todas e colocá-las, em bloco, como inimigas do povo. É tudo o que Bolsonaro e os certos líderes desejam”, alertou Orlando.
O parlamentar finalizou afirmando que “o que extrapola é falsear narrativas, distorcer os fatos e estigmatizar condutas para obter dividendos políticos”.
“Mentira não é de esquerda ou de direita, é só mentira”, salientou o deputado ao encerrar o texto.