Em mensagem de vídeo, enviada por conta do primeiro encontro virtual dos juízes membros do Comitê para os Direitos Sociais da África e do continente americano, o Papa Francisco defendeu a justiça social e disse que a propriedade privada não é valor absoluto. O pontífice ainda criticou a concentração de riqueza.
“Construamos a nova justiça social admitindo que a tradição cristã nunca reconheceu como absoluto e intocável o direito à propriedade privada e sempre sublinhou a função social de todas as suas formas”, declarou.
Francisco afirmou também que “o direito de propriedade é um direito natural secundário derivado do direito que todos têm, nascido do destino universal dos bens criados”. Para ele, “não há justiça social que possa ser baseada na iniquidade, o que pressupõe a concentração da riqueza”.
Numa fala direcionada aos juízes, o papa destacou que as ideias sobre as quais eles trabalham “não devem perder de vista a pequena parte da humanidade que vive na opulência, enquanto que a maioria tem sua dignidade desconhecida e seus direitos humanos ignorados e violados”. Ele frisou a necessidade de haver um pensamento conectado com a realidade.
O papa sugeriu que, “ao repensar sobre a ideia de justiça social, o façam demonstrando-se solidários e justos”.
“Solidários, lutando contra as causas estruturais da pobreza, da desigualdade, da falta de trabalho, de terra e de moradia”, acrescentou o argentino.
A Conferência Internacional debate a justiça social e os direitos humanos. Juízes da África e da América participam do evento entre terça (1) e quarta (2).