O cardiologista Marcelo Queiroga assume, nesta quinta-feira (18), o cargo de ministro da Saúde, no lugar do general Eduardo Pazuello, que deixa a pasta com o País registrando quase três mil óbitos diários por Covid-19.
“Nada será resolvido na base do cacete. Vamos resolver na base do diálogo”, disse o novo ministro numa entrevista exclusiva à jornalista Mônica Bergamo, publicada na quarta-feira (17) pela Folha de S.Paulo.
Após ter o nome confirmado por Bolsonaro, Queiroga afinou seu discurso naquilo que já vem dizendo o presidente. Afirmou que o lockdown é uma medida que só deve ser adotada para conter a pandemia do coronavírus em “situações extremas”.
Já na entrevista para Mônica Bergamo, o novo ministro pede tréguas e diz que o presidente quer o diálogo em nome da saúde no Brasil. Segundo ele, Bolsonaro deu carta branca a ele para fazer mudanças.
No Parlamento, o tom de cobrança ao ministro é alto. O líder do PCdoB na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE), declarou que não bastava mudar o ministro, mas era preciso modificar a política de saúde.
“Esperávamos que o novo ministro dissesse como vai enfrentar a Covid, como vai imunizar a população que está desesperada. O ministro precisa dizer o que vai fazer para conter esse número gigantesco”, afirmou Renildo.
Apesar disso, Calheiros ainda espera que Queiroga o surpreenda positivamente e enfrente realmente os problemas da saúde pública para que se evite novas mortes.
“Não temos mais tempo para incapacidade e paralisia”, lembrou o parlamentar.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também cobrou o plano de ação do governo. “Com mais de um ano de pandemia, o novo ministro precisa dizer ao que veio. Precisa apresentar seu plano de ação. Não há mais tempo pra analisar”, disse a parlamentar na Comissão de Seguridade Social da Câmara.
Na terça-feira (16), o Brasil atingiu novo recorde, com 2.841 mortes em 24 horas por Covid-19. O País já soma mais de 282 mil mortes pela doença.
* Fonte: PCdoB na Câmara