A partir das 15h desta segunda-feira (21), o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) julga dois processos contra Marcelo Crivella (Republicanos). O prefeito do Rio de Janeiro pode ficar inelegível.
Por participar de duas situações ocorridas em 2018, Crivella corre o risco de perder os direitos políticos até 2026. Ao menos é o que pede o Ministério Público Eleitoral. O julgamento é baseado em um pedido do PSOL feito há dois anos.
Um dos casos é o da famosa frase “Fala com a Márcia”. Em julho daquele ano, o bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) reuniu 250 pastores e líderes evangélicos no Palácio da Cidade. Durante o encontro, anunciou o privilégio aos membros das instituições para um serviço público de saúde.
“Nós estamos fazendo o mutirão da catarata. Eu contratei 15 mil cirurgias até o final do ano. Então, se os irmãos tiverem alguém na igreja, e se os irmãos conhecerem alguém, por favor, falem com a Márcia. Ou com o Marquinhos”, disse na ocasião.
Posteriormente, o chefe do Executivo se colocou novamente em cenário adverso para sua imagem. Funcionários da Comlurb foram convocados, em setembro, para uma reunião na quadra da Estácio. Levados em carros oficiais da estatal, os trabalhadores tiveram uma surpresa no local: a apresentação do pré-candidato a deputado Marcelo Hodge Crivella, filho do prefeito.
“Eu não podia deixar de vir aqui pedir a vocês, humildemente. Não é o prefeito que está pedindo, nem é o pai do Marcelinho. É um carioca”, afirmou Crivella, o pai, aos funcionários.
A CPI da Márcia – como ficou conhecida a CPI do Sistema de Centrais de Regulação (Sisreg) – teve nove meses de investigação. A conclusão foi de inexistência de provas contra o prefeito.
Já a apuração do evento seguinte ganhou o nome de CPI da Comlurb. Contudo, não houve, por parte da Câmara de Vereadores, uma representação formal contra Marcelo Crivella.