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Presidente do Condetur na Costa do Sol avalia impactos da pandemia no turismo

Reprodução/Facebook

“O turismo, nas grandes capitais do Brasil e do mundo, praticamente foi a nocaute. Uma paralisia completa na atividade. Mas, em contrapartida, tivemos algumas surpresas”. O diagnóstico apontado é de Marco Navega. O presidente do Conselho de Desenvolvimento do Turismo (Condetur) da Costa do Sol foi o convidado desta semana do programa “Rio no Debate“, da TV 65. Em 1 hora de conversa, ele abordou temas que estão diretamente relacionados ao turismo, como a pandemia de Covid-19, que impactou o setor com uma drástica perda econômica e cenários não projetados.

“O turismo de proximidade das grandes capitais está renascendo no Brasil e no mundo inteiro. Aquelas cidades periféricas, que viviam, às vezes, de uma sobra do mundo do turismo, passaram a ser protagonistas. Tivemos vários estudos que foram veiculados recentemente. Dentre eles, tivemos o interior do estado do Rio de Janeiro tendo um crescimento enorme, coisas que a gente não esperava que acontecesse e aconteceu”, contou ao comentar as consequências da queda no número de visitantes em grandes regiões.

No fim de março, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou o projeto de lei que antecipou feriados de abril, criando um bloco de dez dias sem atividade normalizada em várias cidades, numa tentativa de frear o alarmante número de casos de infecções por Covid-19. Marco Navega, que, entre outros cargos, exerce também a função de presidente da Federação de Convention & Visitors Bureaux do Estado do Rio de Janeiro, lamentou a situação, mas considerou ser necessário tomar uma atitude contra a proliferação do coronavírus.

“Quando a gente soube desse decreto que colocou todos os feriados numa mesma semana, imediatamente o Condetur se colocou para avisar ao turista que não fosse para Costa do Sol, em função dos decretos tanto do governador quanto os municipais. Todos nós sabemos que muitas cidades criaram barreiras sanitárias e algumas proibiram o turista de lazer. Teve alguns casos em que os hotéis que tinham hóspede foram obrigados a cancelar a hospedagem e pedir para o hóspede retornar para a sua cidade. É uma pena a gente ver o turismo passar por esse momento, mas é um momento de reflexão, não dá para as pessoas serem inconscientes. Temos compromissos com as vidas. Como que você vai promover um fluxo turístico se o teu hospital já está quase com ocupação máxima nos leitos de UTI, CTI…? Então, o gestor tem que se pronunciar”, avaliou.

“Nós, enquanto ativadores do turismo, temos que trabalhar com essa ideia de que para a economia voltar, não só do turismo como outro tipo de economia também, temos que ter a garantia, pelo menos a maior parte da população protegida, para não correr um risco de vir aqui e trazer o problema do vírus ou de levar”, acrescentou, reforçando a necessidade de vacinação contra a Covid-19.

Maricá: exemplo a seguir

Um dos problemas encontrados por turistas em diversas cidades do País é a falta sinalização. Justamente por ser algo corriqueiro, Navega destaca as exceções. Ele elogiou o trabalho feito em Maricá, que, em fevereiro, começou a instalar novas placas em diferentes pontos do município.

“Maricá lançou um sistema de informação turística no município que deve estar sendo visto pelo Brasil inteiro. Mais de 1.500 placas de sinalização turística sendo colocadas dentro do município. Tem estado que não tem um programa que tenha 1.500 placas, e Maricá lançou e já está implantando e até finalizando a sinalização turística, que serve para o cidadão e, principalmente, para quem é de fora, que nunca foi na cidade e fica perdido”, pontuou.

Violência na Região dos Lagos

Outro entrave para quem chega em um local desconhecido é a violência. Uma cidade da Região dos Lagos passou a enfrentar essa questão de forma mais intensa. Considerada a capital do mergulho do estado do Rio, Arraial do Cabo tem sofrido com a crescente criminalidade, o que assusta não só moradores como também quem visita o município.

“A violência impacta o cidadão e o turista de qualquer lugar do planeta. Onde tem violência tem aquela população local correndo risco e, principalmente, os visitantes. Então, Arraial do Cabo não seria diferente de qualquer outra cidade do Brasil e do planeta. A cidade de Arraial do Cabo tem se movimentado seriamente em cima disso, e todos nós sabemos que o problema de segurança pública passa necessariamente pelo governo do estado. Quem é responsável, de acordo com a Constituição brasileira, é o governo do estado, pela polícia militar e a polícia civil. Arraial do Cabo tem melhorado muito a guarda municipal, para auxiliar, mas o problema de violência tem uma migração. Em alguns lugares do estado do Rio e do Brasil, onde está tendo uma força policial forte, o marginal está escolhendo cidades mais no interior para ele poder sobreviver e continuar a praticar os crimes, os delitos, venda de drogas, etc. É uma pena”, disse Marco Navega, que afirmou ter tentado buscar uma ajuda para o município.

“Não pode o crime atrapalhar a vida de uma cidade inteira. Nós, enquanto conselho de turismo, já nos pronunciamos a respeito disso, com o secretário de estado de Turismo. Já solicitamos algumas outras coisas relativas a Arraial do Cabo em específico e outras cidades também, na Costa do Sol”, relatou.

Reunião por benefícios para Costa do Sol

O presidente do Condetur em Costa do Sol ainda revelou que, em breve, o conselho terá um encontro com o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto. A ideia é obter recursos para a região.

“Nós solicitamos essa reunião e ele prontamente nos atendeu e vai nos receber agora, no mês de maio, quando nós estaremos levando as necessidades aqui da Costa do Sol para o ministério nos ouvir. E, claro, nós estamos indo atrás, sim, de recursos financeiros para promover aquilo que a gente precisa na Costa do Sol”, declarou.

A entrevista completa com Marco Navega pode ser assistida no canal da TV 65 no YouTube. Já estão no ar cinco edições do programa “Rio no Debate”.