Em processos diferentes, sem relação um com o outro, Wilson Witzel (PSC) e Marcelo Crivella (Republicanos) terão parte do caminho de seus destinos nos cargos que ocupam definido nesta quinta-feira (17). A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e a Câmara dos Vereadores do Rio irão votar os pedidos de impeachment contra o governador e o prefeito, respectivamente.
Mais avançado, o processo que envolve Witzel já foi aberto. Restará à comissão processante decidir pela aprovação ou não do parecer que pede a continuidade da avaliação do caso.
Afastado da função de governador por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Wilson Witzel é suspeito de liderar uma “sofisticada organização criminosa”, de acordo com Benedito Gonçalves, ministro do STJ. A Operação Tris In Idem, que investiga desvios em recursos da saúde do estado, apura o recebimento de propina de R$ 554,2 mil por meio do escritório de advocacia da esposa dele, Helena Witzel.
Depois de os investigadores verificarem irregularidades na contratação de recursos para os hospitais de campanha que tratam infectados pelo novo coronavírus, deputados da oposição – baseados nas apurações do Ministério Público – pediram o impeachment do governador. Por unanimidade, o processo foi aberto na Alerj.
Já no caso de Crivella é necessário que o Parlamento Municipal aprove a abertura. É justamente isso que vai ser votado pelos vereadores neste momento, após o PSOL ter apresentado o pedido de impeachment na última terça-feira (15).
O prefeito já escapou, no início do mês, de outro pedido. Houve arquivamento do caso conhecido como “Guardiões do Crivella”, em que funcionários públicos realizavam plantões nas portas de hospitais para impedirem as denúncias de pacientes e familiares à TV Globo, inibindo e constrangendo os cidadãos e os profissionais da imprensa.
As denúncias avaliadas agora são referentes ao suposto “QG da Propina” na Prefeitura, em que o prefeito seria protagonista, segundo o Ministério Público do RJ. Foram expedidos 22 mandados de busca e apreensão pela Operação Hades, do MP e da Polícia Civil, que apura se há esquema de corrupção. Crivella teve o celular apreendido.