O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou como “grave” e “despudorada” a conduta do ex-presidente de tentar coagir autoridades judiciárias, obstruir investigação sobre a tentativa de golpe e atentar contra a soberania brasileira.
No texto, no qual justifica as medidas restritivas ao ex-presidente, Moraes menciona as declarações de Bolsonaro durante entrevista coletiva.
“A conduta do réu Jair Messias Bolsonaro, em tese, caracterizadora dos crimes de coação no curso do processo (…), obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa (…) e atentado à soberania (…), é tão grave e despudorada que na data de hoje (17/7/2025), em entrevista coletiva, sem qualquer respeito à Soberania Nacional do Povo brasileiro, à Constituição Federal e à independência do Poder Judiciário, expressamente, confessou sua consciente e voluntária atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira, condicionando o fim da taxação/sanção à sua própria anistia”, apontou Moraes.
A operação desta sexta-feira levou a apreensões na casa de Bolsonaro e endereços do PL, além de estabelecer uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente e proibi-lo de manter contato com embaixadas e outros réus da ação, inclusive seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro.
O ministro Alexandre de Moraes aponta, ainda, em sua decisão que as ações de Jair Bolsonaro “demonstram que o réu está atuando dolosa e conscientemente de forma ilícita, conjuntamente com o seu filho, Eduardo Nantes Bolsonaro, com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa Corte no julgamento da AP 2.668/DF”.
*Fonte: vermelho.com.br