Lucas Malkovick é o novo presidente da União da Juventude Socialista (UJS) Maricá, que passa a ter Marina Jaimovich como vice. Os jovens maricaenses elegeram seus representantes em plenária realizada na tarde do último sábado (13), no Esporte Clube Maricá.
“Comecei no Ciep 391, presidindo o grêmio, em Inoã. De lá, eu comecei a entender o que é política, a participar de movimentos estudantis, a entender o que a política pode agregar na nossa vida. Hoje, fico feliz por poder presidir a UJS e também levar a política aos jovens do município”, disse Lucas, que tem 22 anos e está no quinto período da faculdade de administração.
Morador do “Minha Casa Minha Vida”, o novo presidente já foi diretor de esporte da UJS Maricá e ajudou a criar um time de futebol para a entidade. Atualmente, cerca de 70 jovens integram as equipes masculina e feminina da juventude socialista da cidade.
“A gente leva política, esporte e lazer para os jovens do município. Queremos implementar mais isso e trazer a bandeira do primeiro emprego. O jovem precisa de uma renda. Vamos conseguir trazer mais mobilidade para a juventude”, afirmou Lucas Malkovick.
Após os convidados serem divididos em grupos para a discussão do documento base, houve aprovação de algumas bandeiras. A principal delas foi a do “primeiro emprego”. No entanto, há outras também importantes que deverão ser sustentadas durante o novo mandato. São elas: “fora Bolsonaro”, “defesa da universidade pública e de qualidade”, “defesa da manutenção do auxílio emergencial”, “combate ao racismo”, “emancipação da mulher”, “combate às desigualdades de gênero” e a luta “contra a retomada das aulas presenciais”. A organização do evento seguiu os protocolos de segurança contra a Covid-19, com distanciamento, uso de máscaras, distribuição de álcool em gel e aferição de temperatura.
“A defesa da bandeira do primeiro emprego se deu baseada através da proposta de um projeto de primeiro emprego para a juventude, tendo em vista a dificuldade do jovem de conseguir uma vaga decente, ou qualquer vaga, no mercado de trabalho”, explicou Marina Jaimovich.
“Na discussão da bandeira do primeiro emprego, foi sinalizada a necessidade de todo um preparo prévio para que o jovem tenha condições dignas de entrar no mercado de trabalho e lá permanecer, como uma boa estrutura familiar, acesso à educação pública e de qualidade, a um sistema de saúde adequado, respeitando as medidas legais trabalhistas para não ocorrer a superexploração da mão de obra, com vagas destinadas a esse público, oferecendo cursos profissionalizantes…”, acrescentou a recém-eleita vice-presidente da organização.
Para Leonardo Guimarães, presidente estadual da UJS Rio de Janeiro, a plenária “cumpriu o papel também de reafirmar o compromisso da UJS em apresentar política pública para a juventude maricaense em diálogo com os movimentos sociais, mas também com o governo municipal e a Câmara de vereadores”.
“Aprovamos, na plenária, que a principal luta da UJS Maricá será a defesa do primeiro emprego para a juventude. Cobram da nossa juventude experiência, mas não dão a primeira oportunidade. Por isso, é fundamental política pública que incentive as empresas e o poder público a garantirem o primeiro emprego dos jovens maricaenses. Diante da dura crise que vive o Brasil, é fundamental que Maricá permaneça na contramão das políticas de Bolsonaro. Por isso, a plenária reafirmou também as bandeiras da defesa da ‘Vacina Já’, do Fora Bolsonaro, da defesa do auxílio emergencial federal no valor de 600 reais, da luta contra as opressões e pelo retorno das aulas somente após melhores condições sanitárias”, detalhou Leonardo.
“A UJS fez história em nosso país, utilizando a bancada mais progressista para aprovar inúmeros projetos como passe livre, votação a partir dos 16 anos… E eu acredito que podemos fazer o mesmo aqui em Maricá: a UJS utilizar a bancada do PCdoB, que hoje tem três vereadores eleitos, para propor avanços para a juventude, como o projeto do primeiro emprego, dentre outros”, destacou Igor Corrêa, ouvidor-geral de Maricá.
O vereador Marcus Bambam (PCdoB) exaltou a iniciativa: “Já pedi, na Câmara, que tivesse o ‘Jovem Aprendiz’. Esse projeto coincidiu com o ‘primeiro emprego’. É super válido. Deixei à disposição para eles criarem projetos de lei dentro do município. Vou ler com o maior prazer. Queremos que as empresas possam dar oportunidade aos jovens com isenção de impostos, por exemplo”.
Projeto
No documento base da plenária, a UJS Maricá considera ser “necessário um projeto político que combata as causas do problema (desemprego), repare e compense as deficiências causadas à população de jovens excluídos”.
“O primeiro emprego representa, com seu caráter amplo, a responsabilidade de criação de medidas urgentes para diminuir os altos índices de desemprego. Dentre essas medidas, algumas podem ser destacadas: redução de jornada de trabalho sem redução de salário; implementação de um programa municipal de primeiro emprego (com direitos trabalhistas garantidos); criação de vagas e cargos novos e específicos para o ingresso do jovem no mercado de trabalho que não possam ser supridas por trabalhadores com experiência; investimento em cursos de qualificação e profissionalização destinados a jovens pobres; investimento na educação pública e de qualidade; entre outras medidas necessárias e cabíveis à bandeira levantada do primeiro emprego”, diz um trecho do documento.
Estiveram presentes na plenária, entre outros convidados: o vice-prefeito, Diego Zeidan (PT); o vereador Marcus Bambam (PCdoB); o presidente do PCdoB Maricá, Alan Novais; o ouvidor-geral do município, Igor Corrêa; a secretária de mulheres do PCdoB na cidade, Taisse Costa; e o dirigente municipal da Unegro (União de Negros pela Igualdade) de Maricá, Edson Oliveira. Os projetos desenvolvidos pela juventude maricaense deverão ser levados à Câmara Municipal.




