Investigadores cumpriam busca e apreensão na residência do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), em Boa Vista, Roraima, na quarta-feira (14), quando se depararam com uma cena inesperada. O vice-líder do governo Bolsonaro havia escondido dinheiro na cueca. Parte das notas estaria entre as nádegas. No total, o montante protegido era de R$ 30 mil, mas a quantia presente na casa do político chegariam a R$ 100 mil. Fotos e vídeos foram registrados pela Polícia Federal no momento da operação.
As investigações que levaram à apreensão – autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso – são sobre desvios em aplicação de recursos de combate ao novo coronavírus. A apuração examina indícios de irregularidade em contratações realizadas com dinheiro público. Um sobrepreço de quase R$ 1 milhão teria sido gerado nas ações.
No mesmo dia da operação, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que daria uma “voadora no pescoço” de quem se envolvesse em irregularidades. Uma semana antes, o próprio afirmou que acabou com a Lava Jato “porque não tem mais corrupção no governo”.
Primo dos filhos do presidente, Leo Índio é empregado por Chico Rodrigues e trabalha no gabinete do senador. Sua nomeação ocorreu em abril de 2019, com salário bruto de R$ 14.802,41. Índio, que é bem próximo do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), tem livre acesso no Palácio do Planalto. Ele também foi assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), entre 2006 e 2012.
“Acredito na justiça dos homens e na justiça divina. Por este motivo estou tranquilo com o fato ocorrido hoje em minha residência em Boa Vista, capital de Roraima. A Polícia Federal cumpriu sua parte em fazer buscas em uma investigação na qual meu nome foi citado. No entanto, tive meu lar invadido por apenas ter feito meu trabalho como parlamentar, trazendo recursos para o combate ao Covid-19 para a saúde do Estado”, declarou Rodrigues, em nota à imprensa, dizendo ainda que possui “um passado limpo e uma vida decente”.