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‘Vidas Negras Importam’: Unegro Maricá enfatiza movimento antirracista

Divulgação

Nomes conhecidos da política, famosos, grupos e entidades se manifestaram, nesta sexta-feira (20), depois de o País amanhecer perplexo com a notícia da morte de um homem negro dentro de um supermercado da rede Carrefour. João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos de idade, foi espancado até perder a própria vida. Em nota, a União de Negros pela Igualdade (Unegro) de Maricá lembrou o caso do pai de família. Também destacou o racismo estrutural presente do Brasil e a violência contra a mulher, além de abordar outros temas relevantes na sociedade.

“O Covid-19 desnudou o que os movimentos sociais, em especial o movimento negro, vem denunciando há décadas: a desigualdade social, racismo e machismo matam todos os dias em nosso país”, diz a nota.

“Presenciamos, em 2020, grandes atos antirracistas no mundo e no Brasil, deflagrados nos EUA a partir dos assassinatos de George Floyd e Breonna Taylor, além de muitas vidas perdidas diariamente em nosso país. Esta semana, tivemos um crime covarde onde o pai de família João Alberto foi espancado até a morte numa grande rede supermercados, todos casos demonstraram a crueldade da violência racial e policial em diversos países”, enfatiza.

O Dia da Consciência Negra foi marcado por atos em várias partes do Brasil. Em Maricá (RJ), a Unegro esteve presente na versão municipal do manifesto “Vidas Negras Importam“, ocorrido durante a manhã desta sexta.

Leia a íntegra da nota:

“O Covid-19 desnudou o que os movimentos sociais, em especial o movimento negro, vem denunciando há décadas: a desigualdade social, racismo e machismo matam todos os dias em nosso país. É por isso, que voltamos em mais um 20 de novembro para as ruas porque durante todo esse ano, nós não tivemos direito a quarentena e continuamos avolumar os números de morte por Covid-19 e de morte violenta em nossas cidades, segundo dados recentes.

Mesmo com tantas adversidades, tivemos conquistas importantes no pleito eleitoral com um número expressivo de negros e negras eleitos.

VIDAS NEGRAS IMPORTAM!

Presenciamos em 2020, grandes atos antirracistas no mundo e no Brasil, deflagrados nos EUA a partir dos assassinatos de George Floyd e Breonna Taylor, além de muitas vidas perdidas diariamente em nosso país. Esta semana, tivemos um crime covarde onde o pai de família João Alberto, foi espancado até a morte numa grande rede supermercados, todos casos demonstraram a crueldade da violência racial e policial em diversos países. No Brasil, a nossa juventude foi às ruas em meio a pandemia para denunciar que o estado continuava a adentrar casas para executar a juventude negra. Segundo dados de Segurança Pública, houve aumento de vítimas por intervenções policiais: de 8 a 10 destas vítimas são negros.
Em levantamento realizado pelo G1, verificamos o que já sabíamos: o aumento dos casos de violência e feminicídio no período de pandemia. 75% das mulheres assassinadas o 1°semestre de 2020 no Brasil, foram mulheres negras. Mesmo assim, os equipamentos públicos e programas de combate a violência contra a mulher, seguem sucateados, colocando nossas vidas mais em risco.

SALVAR VIDAS E GARANTIR DIREITOS

Os números em estudos produzidos recentemente comprovam que no Brasil, os principais afetados pela pandemia e suas consequências políticas e econômicas será a população negra_54% da população brasileira. As mulheres negras, chegam a receber 63% do salário de homens brancos, e o retrocesso, a destruição e retirada de direitos de ataques a liberdade e a democracia, apenas nos jogam cada vez mais à margem da sociedade e não nos garante a possibilidade de uma vida digna com direitos garantidos.

Vamos continuar na luta em proteção as nossas vidas, exigimos nossos direitos, defendemos o Sistema Único de Saúde (SUS) de qualidade, público e gratuito, pois quem mais defende a saúde pública nesse país é a população negra. Não dá para ser antirracista e não defender o SUS. Lutamos e defendemos uma política de trabalho e emprego da população negra para tirar o povo negro da marginalização social, com direitos trabalhistas e sociais garantidos.

Para nós do movimento negro, é cada vez mais nítido que não é possível construir um Brasil que pense a maioria da nossa população enquanto Bolsonaro estiver à frente do Governo. O descaso diante da morte de 164 mil pessoas, causada pelo coronavírus e da implementação deum projeto ultraliberal e racista, responsável pelo aumento do desemprego, da fome e da violência contra nossas vidas.

VIDAS NEGRAS IMPORTAM!

Monica Gurjão – Presidenta UNEGRO Maricá”